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Reprodução/Polícia Militar do Mato Grosso

A recém-nascida foi resgatada com distúrbio de coagulação e hipotermia

Uma bebê recém-nascida foi resgatada nessa terça-feira (5) por policiais da cidade de Canarana, no Mato Grosso, depois de ser enterrada viva nos fundos da casa de sua família. Segundo informações do Governo estadual, a menina é da etnia indígena Tamayura e foi enterrada pela bisavó, que acreditava que a criança estava morta, até ser encontrada sete horas depois.

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O caso foi notificado por uma das enfermeiras da Casai (Casa de Saúde do Índio), que ficou sabendo da situação ao assumir o expediente e decidiu comunicar a Polícia Judiciária Civil. A princípio, o trabalho das autoridades seria constatar o óbito da recém-nascida , mas quando o buraco apontado pela avó começou a ser escavado, o choro da bebê pode ser escutado.

“Não dá para descrever a sensação ao começar cavar e ouvir o choro da criança. Deu um desespero para cavar ainda mais depressa, com as mãos, com cuidado” disse o major João Paulo Bezerra do Nascimento. “A bebezinha é tão pequenina, coube nas duas mãos. Tantas horas depois de enterrada, é um milagre”.

Os oficiais que participaram da ação filmaram alguns momentos do resgate e publicaram nas redes sociais da Polícia Militar. Assista ao vídeo :


A criança foi levada ao Hospital Regional de Água Boa, a 90 km de Canarana, onde exames revelaram que a menina está com distúrbio de coagulação e hipotermia grave. Por conta do diagnóstico, a equipe médica decidiu que a bebê devia ser transferida para a UTI Neonatal da Santa Casa de Cuiabá, o que aconteceu na noite da última quarta-feira (6). Ela permanece internada em estado grave.

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Detalhes do caso da recém-nascida

A mãe da menina é uma jovem de 15 anos, identificada como M.P.T, que deu à luz no banheiro de sua casa na terça-feira (5), quando a família declarou acreditar que a bebê estava morta. "O pai do bebê, K.K, não teria assumido a paternidade e já estaria morando em outra aldeia com outra índia", explicou o major.

Tanto a mãe quanto a avó, T.K,  foram ouvidas e liberadas pela Polícia Civil, sendo que, em um primeiro momento, esta assumiu ter enterrado a criança e não contado a ninguém “por ser costume da etnia”.

Entretanto, segundo o jornal Correio Braziliense , a avó confessou mais tarde que a autora do crime foi K.A, bisavó da criança, de 57 anos. Como a menina bateu a cabeça no vaso sanitário no momento do parto, teve sangramento e não chorou, a bisavó pensou que ela estava morta, e por isso teria cortado o cordão umbilical e a enterrado no quintal da casa.

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Ela foi autuada em flagrante pela  Polícia Judiciária Civil de Canarana e permanece detida preventivamente por enterrar a bisneta recém-nascida . O Ministério Público está investigando o caso e as autoridades supeitam que, pela mãe ter apenas 15 anos e o pai não ter assumido a paternidade, a família pode ter tentado matar a bebê.

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