Cármen Lúcia, ministra do STF
Nelson Junior/ STF
Cármen Lúcia, ministra do STF


A ministra Cármen Lúcia , do STF ( Supremo Tribunal Federal ) e do TSE ( Tribunal Superior Eleitoral ), afirmou na última segunda-feira (7) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem maior sensibilidade sobre as pautas femininas. Na visão dela, as Cortes precisam ter mais mulheres.

“A questão da representatividade nunca saiu [de pauta], pelo menos para nós mulheres. No caso das listas, são nomes que são lembrados, não significa que serão escolhidos. O presidente Lula sempre tem um olhar específico sobre a questão das mulheres, ele é o responsável pela minha indicação”, disse ela em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Ao longo dos próximos quatro anos, Lula poderá indicar dois nomes para ocupar uma cadeira no STF, pois Rosa Weber e Ricardo Lewandowski vão se aposentar. Há também rumores de que o ministro Dias Toffoli antecipará sua aposentadoria, abrindo uma terceira vaga para o Supremo.

Cármen Lúcia acredita que Lula vai analisar mulheres que possam estar na Corte para substituir os ministros que irão se aposentar. “Também foi em um governo do PT que a ministra Rosa Weber foi indicada. Não é possível que não se lembrem de tantos nomes de mulheres importantes que estão no direito e que podem ser lembrados como possibilidades pelo presidente”, comentou.

“Não vou entrar na atribuição do presidente, mas eu tenho convicção de que sendo um alguém que sempre lembrou das pautas de que são iguais em direito e minoritários no desempenho de direitos, não acho que vá deixar de comparecer na pauta”, concluiu a ministra.

Cármen Lúcia diz que Judiciário é machista

Cármen Lúcia também declarou que o poder judiciário brasileiro ainda mantém uma estrutura machista. Na avaliação dela, é preciso que a sociedade consiga quebrar os preconceitos.

“Isso é, de uma estrutura no Brasil, onde as mulheres são sempre, historicamente, silenciadas. Dizem que as mulheres ficaram silenciosas na história, não é verdade. Nós ficamos silenciadas pela palavra, voz mais alta e mais graves dos homens, além dos espaços que tiveram para falar. Muitas vezes, há um ambiente, que eles nem se dão conta que estão interrompendo mais as mulheres do que homens. Interrompem sim, não é só no Supremo. O ambiente no Judiciário é machista”, concluiu.


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