O presidente nacional do PSOL
, Juliano Medeiros
, voltou a se posicionar contra a fala de Sâmia Bomfim
. O comandante da sigla relatou nesta terça-feira (6) que “não há qualquer espaço” para fazer oposição ao governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula
da Silva (PT).
"O PSOL é um partido vivo, sem chefes ou decisões de cima para baixo. É normal que nossos debates internos acabem tendo projeção pública. Considero que não há qualquer espaço para o PSOL ser oposição ao futuro governo", afirmou em entrevista para o jornal O Globo.
Medeiros faz parte da equipe de transição de Lula. O presidente do PSOL trabalhou para que a sigla estivesse desde o primeiro turno na coligação do petista. Também foi suplente da candidatura de Márcio França (PSB) ao Senado.
Com essa proximidade com o governo eleito, Juliano resolveu ir na contramão da fala de Sâmia Bomfim. Ele garantiu que o PSOL não defenderá o mesmo espaço que os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Porém, relatou que os psolistas terão independência em alguns temas.
"Temas relativos a direitos humanos, por exemplo, é muito comum que não sejam pautados em função de acordos feitos com fundamentalistas, com setores mais conservadores. A gente quer manter a independência para seguir pautando. Essa é a nossa vocação no Parlamento", completou.
O início da polêmica
Sâmia deu entrevista para a Folha de S.Paulo e defendeu a independência do PSOL no Congresso Nacional. Ela relatou que a maioria da sigla optará por não fazer parte do governo petista.
“A gente quer ter liberdade para se posicionar como o PSOL sempre se posicionou, como a ala à esquerda no Congresso Nacional, e vocalizar pautas que a gente sabe que ninguém vai pautar”, relatou nesta segunda.
Juliano Medeiros rebateu
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, se manifestou horas depois. Ele demonstrou ser favorável que a sigla esteja no governo Lula.
“O PSOL reunirá seu Diretório Nacional no próximo dia 17. Até lá teremos muitos debates sobre as tarefas do partido a partir de 1º de janeiro. Estou certo de que o PSOL não virará as costas para Lula e para o governo que ajudou a eleger. Vamos ajudar a reconstruir o Brasil!”, escreveu Juliano em seu perfil no Twitter.
Boulos alfinetou
Na avaliação do deputado mais votado no estado paulista, o PSOL precisa fazer parte do governo eleito. “Quem vai fazer oposição ao Lula é o bolsonarismo, e não estaremos ao lado deles. O momento do país é outro. Enfrentamos uma oposição raivosa. E não dá para brincar com isso”, disse.
“Eu defendo que o PSOL integre a base de apoio ao Lula. O governo será de frente ampla, e nós temos que disputar internamente espaços para puxar a agenda do país para a esquerda”, resumiu.
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