Bolsonaro é candidato à reeleição
Reprodução / Redes Sociais - 21.10.2022
Bolsonaro é candidato à reeleição

As rádios JM , de Minas Gerais, Viva Voz e Povo FM , ambas da Bahia, afirmaram que as inserções do  presidente Jair Bolsonaro (PL) não foram enviadas. Nesta quarta-feira (26),  um funcionário do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) foi demitido e prestou depoimento à Polícia Federal dizendo que havia fraudes de veiculação dos  comerciais eleitorais nas rádios.

A demissão ocorreu por conta do ex-assessor realizar "práticas de assédio moral, inclusive por motivação política”,  segundo o Tribunal.

O funcionário da Corte, Alexandre Gomes Machado, era responsável pelo recebimento dos arquivos das propagandas eleitorais e pela disponibilização das peças no sistema eletrônico do TSE.

Após a exoneração, Machado procurou a Polícia Federal e disse estar sendo "vítima de abuso de autoridade". Ele também afirmou "temer por sua integridade física".

À PF, ele disse que será preciso uma fiscalização para "saber se as propagandas de fato estariam sendo veiculadas".

"Que especificamente na data de hoje, o declarante, na condição de coordenador do pool de emissoras do TSE, recebeu um e-mail emitido pela emissora de rádio JM On Line na qual a rádio admitiu que, dos dias 7 a 10 de outubro, havia deixado de repassar em sua programação 100 inserções da Coligação Pelo Bem do Brasil, referente ao candidato Jair Bolsonaro", disse o ex-assessor em depoimento.

A JM foi a única citada no depoimento à Polícia Federal. Viva Voz e Povo FM foram incluídas na petição da campanha de Bolsonaro sobre supostas irregularidades nos comerciais na última terça-feira (26).

Pronunciamento das rádios

A rádio mineira relatou um atraso de recebimento das inserções de Bolsonaro em 10 de outubro e disse ter contatado a Justiça Eleitoral e o Partido Liberal para saber como proceder. A JM ainda ressalta que as peças publicitárias eram enviadas regularmente no primeiro-turno, mas deixaram de ser enviadas no segundo-turno.

"A emissora acionou o Partido Liberal, expondo a questão e pedindo que os mapas e materiais voltassem a ser encaminhados por e-mail, a exemplo do que ocorreu no 1º Turno. Essa providência foi, então, adotada pelo Partido Liberal", diz a rádio, em nota.

"Diante da ausência de orientação da Justiça Eleitoral sobre eventual necessidade de reposição das inserções não veiculadas, a emissora houve por bem formalizar a consulta ao egrégio TSE reiterando por escrito o pedido de orientação sobre como deveria proceder, se repondo as inserções que faltaram e de que forma. No entanto, até a presente data, a emissora não obteve a resposta que busca desde o dia 10 de outubro, infelizmente", explica a nota.

O Tribunal Superior Eleitoral afirmou nesta quarta-feira que não é função da Corte distribuir o material de campanha a ser veiculado. "São as emissoras de rádio e de televisão que devem se planejar para ter acesso às mídias e divulgá-las, e cabe aos candidatos o dever de fiscalização, seguindo as regras estabelecidas na Resolução TSE nº 23.610/2019".

A campanha do atual presidente ainda cita, em documento enviado ao TSE, que a rádio Bispa, de Recife, descrita no registro com a frequência de 97.1 FM, também está ausente nas inserções. No entanto, através das redes sociais, a emissora disse que a informação não procede.

“Está sendo veiculada informação falsa, informando que a Rádio da Bispa é a 97.1 FM. Essa informação é mentirosa, nossa frequência é 98.7 FM e estamos em dias com o Tribunal Eleitoral, Veiculamos todas as inserções que são enviadas para nós, e estamos fazendo nossa parte”.

A rádio Viva Voz também esclareceu que recebeu o material de campanha de Bolsonaro atrasado.

"Na volta à campanha eleitoral do 2º turno, recebemos material de campanha de todas as coligações no dia 06/10, com exceção da coligação do candidato Bolsonaro, que só recebemos no dia 10/10. Como podem verificar nos prints do e-mail da nossa Emissora. A Viva Voz FM preza pela boa-fé e enaltece a liberdade de expressão e a democracia. Por fim, a Rádio está à disposição da Justiça Eleitoral e da Sociedade Brasileira para quaisquer esclarecimentos acerca do assunto", disse a emissora da Bahia.

A Rádio Povo afirmou que todas as inserções do presidente foram veiculadas e lamentou a acusação de fraude.

“Nesse diapasão, todo o material de campanha recebido das Coligações que disputam o pleito, incluindo a do candidato Jair Bolsonaro foram e são veiculados conforme as determinações do Tribunal Eleitoral, não havendo erros ou omissões nessas veiculações que são registradas em mapas e Pl’s que ficam à disposição, comprovando a lisura de seu procedimento. Lamentando o incidente, reafirma que na hipótese de ter havido qualquer fraude, elas não foram cometidas pelas emissoras Rádio Povo da Bahia que sempre prezaram pelo cumprimento da lei", disse.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo.  Siga também o  perfil geral do Portal iG.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!