O procurador-geral da República, Augusto Aras, está presente na cerimônia, mas Jair Bolsonaro, não, mesmo tendo confirmado presença em cerimônia, faltou sem dar explicações
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou nesta quinta-feira o discurso do ódio e da intolerância nas eleições deste ano. E seu colega da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o ano eleitoral é a "chance" para os cidadãos "fortalecerem nossa democracia".
A solenidade do Congresso pelo bicentenário da Independência foi marcada pela ausência de Jair Bolsonaro, que na véspera, em ato no Rio, defendeu "extirpar" opositores da política.
"Lembro que daqui a menos de um mês os brasileiros e brasileiras vão às urnas praticar o exercício cívico de votar em seus representantes. E o amplo direito de voto – a arma mais importante em uma democracia – não pode ser exercido com desrespeito, em meio ao discurso de ódio, com violência ou intolerância em face dos desiguais", discursou Pacheco na abertura do evento.
Na véspera, Bolsonaro aumentou o tom de críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula das Silva (PT) — que lidera as pesquisas eleitorais — e seus apoiadores:
"Esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública", afirmou Bolsonaro na praia de Copacabana, na quarta-feira.
Todos os demais presidentes de poderes participaram do evento no Congresso, exceto Bolsonaro, que havia previsto sua participação em sua agenda oficial e que não deu motivos para sua ausência. No horário previsto para a sua chegada ao Congresso, Bolsonaro passou cerca de 50 minutos tirando fotos com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada. Ele foi perguntado se tinha cancelado a presença e por quê, mas não respondeu.
No feriado, Lira, Pacheco e Fux não compareceram ao desfile do 7 de setembro em Brasília. Todos os anos, os chefes de Poderes são convidados e costumam comparecer à celebração.
Lira, aliado de Bolsonaro, afirmou que tinha compromissos eleitorais em Alagoas. Os demais não informaram o motivo da ausência, mas interlocutores informaram que eles não queriam se envolver com o ato de Bolsonaro que teria forte viés político e até risco de crime eleitoral.
O presidente do Senado também defendeu a "harmonização política" e disse que a vacinação contra a covid-19 "foi um exemplo"
Lira fala em 'fortalecer a democracia'
Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), iniciou sua fala mencionando o papel dos parlamentares no período que antecedeu a Independência do Brasil. Ele também citou as comemorações do bicentenário e realização das eleições neste ano.
"Este ano do Bicentenário da Independência brasileira coincide com o ano de eleições presidenciais e de eleições legislativas federais, distrital e estaduais. Destaco, portanto, a chance de os cidadãos brasileiros, por meio do seu voto consciente, fortalecerem nossa democracia e este Parlamento de modo que ele continue a exercer a importante tarefa de acolher diferentes aspirações e transformá-las em balizas coletivas", discursou Lira.
Apesar de ter citado o assunto, Lira não fez nenhuma menção aos apoiadores de Jair Bolsonaro.
"As celebrações do Bicentenário da Independência nos têm convidado a refletir sobre a Nação que construímos nos últimos 200 anos. Olhando para o futuro, que País construiremos nos próximos 100 anos? Que Brasil desejamos que seja celebrado no Tricentenário da Independência?", questionou o deputado.
Ainda irá discursar o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.
Presidente da comissão formada para o bicentenário, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticou a postura de Bolsonaro durante os atos da véspera.
"Não podemos aceitar a cooptação dessas celebrações".
Ex-presidentes e Fafá de Belém
O presidente do Senado e do Congresso também fez considerações sobre a importância da Independência para a conquista da soberania do país e dos direitos políticos dos brasileiros. Citou ainda períodos de autoritarismo e a Constituição de 1988 como “símbolo máximo” da democracia.
"Seus fundamentos (da Carta), fortalecidos por meio do reconhecimento legítimo dos brasileiros aos Poderes constituídos, serviram e servirão para enfrentarmos alegóricos retrocessos antidemocráticos e eventuais ataques ao Estado de Direito e à democracia. Isso é irrefutável, isso é irreversível", declarou o senador.
Após citar a campanha de vacinação contra a Covid-19 e a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), Pacheco disse que “o espírito de cidadania do povo brasileiro segue vigoroso”.
"Nós, congressistas, devemos nos inspirar nesse exemplo. Promover a harmonização política. Aprimorar o modelo econômico, fazendo reformas que visem à prosperidade dos cidadãos. Almejar a fraternidade e a solidariedade social".
Ainda vão discursar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.
No feriado, Lira, Pacheco e Fux não compareceram ao desfile do 7 de setembro em Brasília. Todos os anos, os chefes de Poderes são convidados e costumam comparecer à celebração. Lira, aliado de Bolsonaro, afirmou que tinha compromissos eleitorais em Alagoas.
Os demais não informaram o motivo da ausência, mas interlocutores informaram que eles não queriam se envolver com o ato de Bolsonaro que teria forte viés político e até risco de crime eleitoral.
Neste ano, Bolsonaro deu pouca importância à data e preferiu se dirigir ao seu eleitorado, seja no ato da capital ou no Rio de Janeiro.
Também marcaram presença na solenidade os ex-presidentes da República José Sarney e Michel Temer, além do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes. Dias Toffoli, do STF, também compareceu à ocasião.
Convidados, chefes de Estado estrangeiros também estiveram em plenário, como o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza. Comitivas de Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique, além de embaixadores de outros países, também foram convidados e estiveram no local.
Na abertura da sessão, o hino nacional foi interpretado pela cantora Fafá de Belém.
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