Gilmar Mendes é crítico antigo da Operação Lava Jato
NELSON JR./STF
Gilmar Mendes é crítico antigo da Operação Lava Jato

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse, nesta sexta-feira (5), em entrevista à CNN Brasil, que a Lava Jato não pertencia ao Ministério Público, e sim ao  ex-juíz Sergio Moro enquanto ainda atuava na 13ª Vara Federal de Curitiba.

“Esses fatos revelados [mensagens reveladas pela Operação Spoofing] indicam que a Lava Jato estava em outra estratosfera. Sequer pertencia ao Ministério Público, você não vê ninguém da Procuradoria Geral da República (PGR), nenhum corregedor. Quem é o chefe/coordenador da Lava Jato segundo esses vazamentos, esses diálogos? É o [Sergio] Moro, que eles [procuradores] chamavam de russo”, disse Gilmar

“Eles diziam até seguir o Código de Processo Penal (CPP) da Rússia. Isso é sintomático de um total descolamento institucional", seguiu o magistrado.

Segundo Gilmar Mendes, ainda que a operação tenha obtido "méritos inegáveis" no combate à corrupção, ela acabou "cometendo suicídio.

"Tudo indica que a própria PGR detectou uma desinstitucionalização (...) Veja, nós já não tínhamos mais agentes públicos atuando dentro da esfera de suas competências, tínhamos transgressores da lei e isso é extremamente grave e lamentável (...) A lava jato não morreu ou foi assassinada. Eu diria que ela cometeu suicídio.”

Ministros do Supremo analisam conteúdo das mensagens

No último dia 25, o ministro do STF Ricardo Lewandowski deu acesso à defesa de Lula a todas as mensagens que foram periciadas pela Polícia Federal. Além da defesa do ex-presidente, os demais ministros do Supremo iniciaram um processo de análise detalhada do conteúdo.

Segundo a CNN Brasil , uma análise técnica de gabinete do STF aponta erros de procedimento em pelo menos cinco etapas cinco etapas: 

  • Indício de antecipação de decisão/combinação de jogo processual;
  • Compartilhamento contínuo de informações sigilosas;
  • Interferência na produção de provas, quando Moro praticamente orienta o MP a buscar este ou aquele caminho;
  • Cooperação com autoridades estrangeiras: falhas de procedimentos formais exigidos por lei, em especial nas comunicações com a Suíça
  • Informações sobre os processos de Lula

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