O Centro Carter, organização pró-democracia que atua como observador eleitoral, afirmou por meio de um comunicado divulgado nesta quarta-feira (31) que as eleições na Venezuela "não podem ser consideradas democráticas".
“A eleição presidencial de 2024 na Venezuela não se adequou aos parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática”, diz a nota.
A nota da entidade, fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, segue afirmando que "não pode verificar ou corroborar" a autenticidade dos resultados da eleição presidencial declarada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano que, segundo a entidade, teve um claro "viés" a favor de Nicolás Maduro.
"As eleições aconteceram num ambiente de restrições de liberdade dos atores políticos, da liberdade civil e da mídia. Durante o processo eleitoral, o CNE demonstrou um claro viés a favor do titular", diz a nota. "O fracasso da autoridade eleitoral em anunciar os resultados desagregados constitui uma séria violação dos princípios eleitorais", continua.
Questionamentos e críticas
A nota aponta várias críticas às eleições da Venezuela, como ao fato de Maduro ter um financiamento muito maior para sua campanha e mais visibilidade pelos recursos oficiais do governo. Além disso, o Carter Center aponta que o ditador teve uma cobertura mais positiva nos veículos de comunicação.
Outro questionamento do Carter Center diz respeito aos relatos de observadores e representantes da oposição, que denunciaram um suposto impedimento de acesso aos centros de votação.
"No número limitado de centros de votação que conseguiu visitar, os times de observadores do Carter Center percebeu o desejo dos venezuelanos de participar do processo de eleição democrático, assim como demonstrar sua ativa participação como mesários, representantes dos partidos e dos cidadãos. No entanto, seus esforços foram minados pela completa falta de transparência do CNE ao anunciar os resultados", finalizou a entidade.
Eleições na Venezuela
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