O presidente Joe Biden em discurso na Casa Branca
Reprodução/Mandel Ngan
O presidente Joe Biden em discurso na Casa Branca

Joe Biden, de 81 anos, pediu nesta segunda-feira (8) aos congressistas democratas que apoiem sua campanha para a reeleição ou o desafiem na convenção do partido em agosto, ignorando os apelos para que desista.

Biden está sob olhares atentos nesta semana como anfitrião de uma cúpula da Otan em Washington, em meio aos temores de que o isolacionista Donald Trump vença as eleições presidenciais de novembro, especialmente após o desastroso desempenho do democrata em um recente debate televisionado.

No programa "Morning Joe" da emissora MSNBC, o democrata disse que está "confiante" de que "o eleitor médio lá fora ainda quer Joe Biden" para um segundo mandato.

O democrata reconheceu estar "muito frustrado com as elites... do partido".

"Qualquer um desses caras que acha que não devo concorrer, que concorram contra mim (...) que me desafiem na convenção" de agosto próximo, acrescentou.

Um Biden desafiador também escreveu uma carta extensa aos congressistas do Partido Democrata. "Eu me nego" a me retirar, diz a eles.

"Estou firmemente determinado a continuar na corrida", escreveu. "O assunto de como avançar" já foi discutido "e é hora de encerrar" a polêmica, assegura.

Cúpula da Otan

Esta semana promete ser crucial para a tentativa de Biden de superar o pânico gerado após o debate, durante o qual aparentou estar muito confuso, teve dificuldades para falar e até divagou.

O presidente atribuiu seu péssimo desempenho ao “jet lag” e a um resfriado, mas nos últimos dias cinco congressistas democratas publicamente pediram que ele desista.

No domingo, quatro parlamentares afirmaram que é hora de Biden se retirar, conforme relatos da imprensa americana.

Ao retornarem de um breve recesso nesta semana, os congressistas democratas devem decidir se apoiam o presidente ou se vão pedir que ele passe o bastão.

Os parlamentares terão uma reunião ordinária na terça-feira, quando começará a cúpula da Otan, que também servirá como um teste para avaliar o desempenho de Biden. O presidente participará de várias reuniões e realizará sua primeira coletiva de imprensa desde o debate desastroso.

Muitos países europeus temem o retorno ao poder de Trump, de 78 anos. O republicano

criticou repetidamente a Otan, expressou sua admiração pelo presidente russo Vladimir Putin e insistiu que poderia encerrar rapidamente a guerra na Ucrânia.

"Absolutamente crítica"

Após um dia intenso de comícios no estado da Pensilvânia no domingo, Biden não tem eventos públicos agendados para esta segunda-feira, dedicando-se à preparação para a cúpula da aliança militar.

Está previsto que a primeira-dama Jill Biden faça campanha na Geórgia, Flórida e Carolina do Norte, no leste do país.

O presidente retomará a campanha eleitoral na sexta-feira, no estado do Michigan, antes de viajar para sua casa de praia em Rehoboth, Delaware, no nordeste do país.

"Esta semana será absolutamente crítica", declarou o senador democrata Chris Murphy à CNN no domingo.

Faltando apenas quatro meses para as eleições e pouco mais de trinta dias para a convenção do partido, o tempo é curto.

Há pouco espaço para substituir Biden como candidato, e o presidente e sua equipe parecem determinados a resistir à pressão.

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