Nesta sexta-feira (23), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apresentou, pela primeira vez, uma proposta oficial para o pós-guerra em Gaza. De acordo com o documento apresentado a membros do gabinete de segurança de Israel na quinta-feira (22), Israel pretende manter o controle de segurança sobre toda área a oeste da Jordânia, o que inclui a Cisjordânia, já ocupada por israelenses, e Gaza – territórios onde a população palestina quer criar uma independência. As informações são da agência Reuters .
Para Gaza, o primeiro-ministro propõe como objetivos de médio prazo a desmilitarização e o fim da radicalização. Entretanto, ele não traz detalhes sobre o início e a duração desse processo.
Quanto aos objetivos de longo prazo, Netanyahu nega o “reconhecimento unilateral” de um Estado palestino. O primeiro-ministro afirma que um acordo só será alcançado via negociações diretas entre ambos os lados do conflito, sem se referir a quem representaria os palestinos.
Outra proposta do ex-ministro é que Israel se estabeleça na fronteira Gaza-Egito, e coopere com o Egito e os Estados Unidos na área para impedir tentativas de contrabando, inclusive na passagem de Rafah.
Netanyahu também abordou propostas para substituir o domínio do Hamas em Gaza. A sua sugestão é trabalhar com representantes locais “que não são ligados a grupos terroristas ou não são apoiados financeiramente por eles”.
Netanayhu pede, ainda, o fechamento da Agência de Refugiados Palestinos (UNRWA), substituindo-a por outros grupos de auxílio internacional.
“O documento reflete um amplo consenso público sobre os objetivos da guerra e sobre a substituição do domínio do Hamas em Gaza por uma alternativa civil”, afirmou um comunicado do gabinete do primeiro-ministro.
Palestina rebate Netanyahu: "proposta fadada ao fracasso"
O porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, Nabil Abu Rudeineh, afirmou à agência Reuters que a prop'osta do primeiro-ministro israelense estava "fadada ao fracasso", assim como quaisquer propostas israelenses que tentem mudar a realidade geográfica e demográfica em Gaza.
“Se o mundo está genuinamente interessado em ter segurança e estabilidade na região, deve acabar com a ocupação de terras palestinas por Israel e reconhecer um Estado palestino independente com Jerusalém como capital”, disse.