
A cúpula do Republicanos demonstrou insatisfação com a articulação do Centrão para lançar Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, como candidato à presidência da República .
Segundo lideranças do partido, a costura política prevê que Tarcísio migraria para o PL, enquanto a federação União Brasil-PP indicaria o candidato a vice, com Ciro Nogueira (PP) como favorito.
Dirigentes do Republicanos afirmam que não se opõem à candidatura de Tarcísio pelo PL, reconhecendo que o partido concentra atualmente a maior estrutura da direita, além de contar com a liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerado o principal cabo eleitoral do segmento.
Entretanto, a sigla critica o que considera um “jogo duplo” do União Brasil, que lançou candidatura própria à presidência em 2022, e do PP, que não aceitou Tarcísio como candidato ao governo paulista, priorizando Rodrigo Garcia.
O sentimento dentro do Republicanos é de que, caso Tarcísio seja candidato pelo PL e o vice seja indicado por outra legenda, haverá ruptura interna.
Até o momento, o governador não comunicou formalmente aos líderes do partido sua eventual mudança para o PL.
Enquanto isso, a sigla mantém-se no governo Lula, ocupando o Ministério de Portos e Aeroportos, e planeja avaliar suas estratégias em janeiro, ao final do ano.
Entre as opções em discussão, está a indicação do sucessor de Tarcísio em São Paulo para concorrer pelo Republicanos, caso a legenda não obtenha representação na chapa presidencial.
Outra possibilidade envolve negociar maior participação em ministérios do governo federal, caso Lula seja reeleito em 2026.
O partido também estuda lançar candidatura própria no primeiro turno, sem priorizar Tarcísio, e permanecer neutro no segundo turno, dependendo do resultado, para assegurar negociações futuras.
Republicanos avalia articulação

A avaliação interna é de que o Republicanos acompanha de perto os movimentos de Tarcísio, ponderando suas decisões estratégicas para equilibrar a presença política em São Paulo e manter influência em possíveis futuras composições partidárias.
A cúpula reconhece que a definição sobre alianças e candidaturas dependerá do desenrolar das articulações entre PL, PP e União Brasil e da posição que Tarcísio adotará em relação à sua filiação partidária.
O partido mantém, por ora, postura de observação, conciliando a manutenção de cargos no governo federal com a análise de cenários eleitorais para os próximos anos, em especial no contexto da eleição presidencial de 2026.