Tarcísio defende anistia a Bolsonaro e ataca Moraes: "Tirania"

Governador de São Paulo participou de ato bolsonarista na Avenida Paulista e pediu aprovação de projeto no Congresso

Tarcísio radicalizou no discurso em defesa da anistia
Foto: Reprodução/X
Tarcísio radicalizou no discurso em defesa da anistia

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou neste domingo (7) de um ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo, onde defendeu uma anistia ampla para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e demais condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 .

Durante o evento, Tarcísio criticou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, chamando-o de “tirano” e “ditador”, e pediu a inclusão do projeto de anistia na pauta do Congresso Nacional.

O ato reuniu cerca de 42 mil pessoas, de acordo com estimativas, e foi organizado por lideranças da direita, como o pastor Silas Malafaia. Manifestantes exibiram bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel, além de faixas pedindo a aprovação da anistia e o impeachment de Moraes.

Bonecos infláveis com a imagem do presidente Lula vestido de presidiário e com a frase “Perdeu, mané” também foram exibidos. Entre os participantes estavam a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

No discurso, Tarcísio comparou o projeto de anistia à Lei da Anistia de 1979 e afirmou que o processo contra Bolsonaro é “maculado e viciado”, questionando a validade da delação de Mauro Cid, ex-ajudante do ex-presidente.

O governador pediu ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), que paute o projeto: “Trazer a anistia para a pauta é trazer justiça, é resgatar o país”, disse.

Tarcísio afirmou ainda que Bolsonaro deve ser autorizado a concorrer nas eleições de 2026, mesmo com a inelegibilidade vigente.


A crítica a Moraes foi repetida durante o evento, em resposta aos gritos de “Fora, Moraes” da multidão. Freitas questionou ações do ministro, como a apreensão do passaporte e do caderno de sermões de Malafaia, e afirmou que o STF estaria impondo “uma ditadura de um Poder sobre o outro”.

Nos dias anteriores, Tarcísio intensificou articulações no Congresso para avançar o projeto de anistia, reunindo-se com deputados e senadores do PL, Republicanos e do Centrão.

O projeto enfrenta divergências sobre incluir ou não Bolsonaro e sobre sua constitucionalidade, mas líderes afirmam que cerca de 300 deputados manifestaram apoio à proposta.

Discursos no ato

Michelle Bolsonaro chorou em cima do trio elétrico
Foto: Reprodução
Michelle Bolsonaro chorou em cima do trio elétrico


Durante o ato, Michelle Bolsonaro reproduziu áudios do ex-presidente e criticou restrições judiciais. Malafaia afirmou que Moraes violou a Constituição, enquanto Valdemar Costa Neto reforçou que Bolsonaro é o candidato do partido em 2026.

Outros políticos, como o deputado Sóstenes Cavalcante (PL), o governador Cláudio Castro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL), também participaram de atos em apoio à anistia.

O julgamento de Bolsonaro e demais réus do núcleo 1 dos atos de 8 de janeiro seria retomado no STF na terça-feira (9), com penas que podem chegar a 43 anos de prisão.