Ex-presidente Jair Bolsonaro emm coletiva após ação da PF
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Ex-presidente Jair Bolsonaro emm coletiva após ação da PF


Alexandre de Moraes entrou em uma sinuca de bico desde que Donald Trump acionou a metralhadora e prometeu uma série de punições ao Brasil em (suposta) retaliação ao processo judicial contra Jair Bolsonaro pela trama golpista.

Sem medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica e o silenciamento nas redes, o ex-presidente seguiria tramando livre, leve e solto contra o próprio país escorado no filho Eduardo e as autoridades norte-americanas.

Se aplicasse as restrições, seria acusado de perseguição -- como já está sendo.

Mais que isso, as limitações a Bolsonaro tornaram tênues as linhas do que o ex-presidente pode e do que não pode.

Falar nas redes não pode. 

E gravar entrevistas? 

Também não,  diz Moraes, já que os veículos poderiam ser usados como intermediários para o réu falar...nas redes.

Bolsonaro não fez nem uma coisa nem outra ao se queixar da tornozeleira eletrônica a jornalistas que o esperavam na saída de um encontro com parlamentares do PL na Câmara nesta segunda-feira (21).

O conteúdo, adivinha, foi parar nas redes.

O desafio de Moraes se complicou. Se deixasse passar, desacreditaria a própria autoridade. E Bolsonaro hoje tentaria de novo, pulando algumas jardas, esticar os limites da medida.

Se Moraes mandasse os advogados explicarem se houve drible na medida restritiva, como fez, daria a Bolsonaro a opção de pagar pra ver: com a perspectiva de ser condenado e preso pela trama golpista nos próximos meses, ele poderia forçar uma detenção preventiva como um suposto heroi calado e alvejado pelo suposto perseguidor.

O cálculo político em algum momento se confundiu com a ordem jurídica. E também com o medo de passar mais tempo preso do que aguentaria. 

Provocar a comoção social com uma prisão injusta aos olhos do público leigo é tudo o que Bolsonaro quer neste momento.

E é tudo o que Moraes não precisa para garantir a credibilidade de um julgamento...justo.

*Este texto não reflete necessariamente a opinião do Portal iG


    Comentários
    Clique aqui e deixe seu comentário!
    Mais Recentes