Deputados votam o projeto de lei
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Deputados votam o projeto de lei


A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (2) o Projeto de Lei da Retaliação. A medida, que já havia sido aprovada por unanimidade no Senado na véspera, agora segue para sanção presidencial. A ação ocorre em um contexto de crescente tensão comercial global, especialmente diante do anúncio de novas tarifas de importação pelos Estados Unidos.

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O projeto estabelece mecanismos para que o Brasil possa responder a barreiras comerciais impostas por outros países ou blocos econômicos que afetem a competitividade de produtos nacionais.

De autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), o PL 2.088/2023 permite ao Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior, vinculado ao Poder Executivo, adotar contramedidas proporcionais contra barreiras comerciais consideradas prejudiciais ao Brasil.

Projeto também já foi aprovado no Senado
Reprodução
Projeto também já foi aprovado no Senado


Entre as medidas previstas estão a imposição de tributos sobre bens e serviços importados, restrições a investimentos estrangeiros e a suspensão de direitos de propriedade intelectual de países que adotem práticas protecionistas contra produtos brasileiros. Antes da adoção dessas medidas, o texto prevê a realização de consultas diplomáticas.

A tramitação acelerada do PL ocorreu por conta da preocupação do governo com as novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos.

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O presidente norte-americano, Donald Trump, elevou a tributação sobre produtos brasileiros, como aço e alumínio, já taxados em 25% desde o início de 2025. A aprovação do projeto no Brasil é vista como uma resposta a essa estratégia comercial.


Impacto da nova legislação

Com a nova legislação, o governo brasileiro passa a ter um instrumento para impor medidas contra países que adotem restrições a produtos nacionais.

Caso os Estados Unidos ou a União Europeia implementem barreiras comerciais ou exigências ambientais mais rigorosas, o Brasil poderá responder com:

  • Taxação de importações: Produtos estrangeiros, como eletrônicos e alimentos processados, poderiam sofrer aumento de tarifas ao ingressar no Brasil.
  • Restrições a investimentos: Empresas de países protecionistas podem ter suspensão de incentivos ou concessões em setores estratégicos.
  • Suspensão de propriedade intelectual: Licenças e patentes de empresas estrangeiras poderiam ser afetadas temporariamente.

O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a medida fortalece a posição do Brasil nas negociações internacionais.

Agora, o projeto segue para sanção presidencial. Caso seja aprovado sem vetos, entrará em vigor imediatamente, permitindo ao Brasil reagir a novas medidas protecionistas.


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