O publicitário Sidônio Palmeira tomou posse como ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Lula nesta terça-feira (14). Em seu discurso, ele criticou as novas políticas de checagem de fatos da Meta e disse que a comunicação é uma "guardiã" da democracia.
Sidônio chega à Secom com a promessa de um "segundo tempo do governo", visando um diálogo mais direto com a população, por meio das redes sociais, e informações “chegando na ponta”.
Ele entra no lugar de Paulo Pimenta, que deixa o cargo após uma série de críticas da cúpula interna e do próprio presidente acerca das estratégias de comunicação do Planalto.
Veja os principais pontos do discurso de Sidônio
O publicitário começou seu discurso afirmando que, apesar de não fazer parte da política partidária, aceitou o desafio de coordenar a Secom movido pela "força de estar do lado certo da história".
"Também assumo esse desafio viado pelo meu sentimento de justiça. Temos um presidente que recebeu um país destruído e desmoralizado para governar. Em apenas dois anos, o seu governo arrumou a casa, melhorou os lucradores econômicos, de justiça social e de combate à pobreza. Fez renascer ministérios e programas sociais importantes, reduziu a mortalidade infantil e está retirando bilhões de brasileiros e brasileiras do mapa da fome. O nosso país voltou a ser respeitado pelo mundo. Mas esse trabalho não está sendo percebido por parte da população", disse.
"A informação do serviço não chega na ponta. A população não consegue ver o governo em suas virtudes. A mentira nos ambientes digitais fomentada pela extrema-direita cria uma cortina de fumaça na vida real, manipula pessoas inocentes e ameaça a humanidade. Esse movimento, a profundo negacionismo, a xenofobia e as violências raciais e de gênero, promove um reacionismo histórico sobre a regência do charlatanismo político que promete prosperidade imediata e pavimenta a cultura do ódio, do cancelamento e do individualismo", prosseguiu.
Segundo o publicitário, esse movimento "macabro" não pode ser combatido apenas ao "chamar um maqueteiro".
"Precisamos ampliar a nossa concepção do papel da comunicação nesse novo mundo. A comunicação está no centro dos grandes desafios mundiais, e nosso trabalho é compreender em sua complexidade e convocar todos no aviso que o desafio não é exclusivo dessa cultura. Ao invés de reclamar, teorizar e levar a comunicação para o divã, vamos fazer parte dela", afirmou.
Segundo o publicitário, "nosso novo modelo de sociedade requer uma comunicação cada vez mais alinhada com as novas demandas, sobretudo com a prosperidade das famílias. O trabalho não é mais o mesmo, os sonhos das pessoas não são iguais, e a comunicação eficaz é capaz de dialogar com múltiplos países dentro do nosso país".
Críticas à Meta
Ele também fez críticas às novas políticas de checagem de fatos anunciadas pela Meta, as quais classificou como "ruins".
"Encaro também a missão da comunicação como guardião da democracia, sobretudo no combate à desinformação. Medidas como as anunciadas recentemente pela Mesa são ruins, porque afrontam os direitos fundamentais e a soberania nacional, promovendo um faroeste digital", afirmou.
"Defendemos a liberdade de expressão, lamentamos que o extremismo esteja destoando esse conceito para viabilizar a liberdade de manipulação e agressão. A defesa da integridade da informação é hoje condição de sobrevivência da democracia em todo o mundo", continuou.