A Polícia Federal apreendeu nesta sexta-feira (13) dois celulares no freezer do prefeito eleito de Duque de Caxias , Netinho Reis (MDB). O político é alvo de uma operação que investiga compra de votos e lavagem de dinheiro.
De acordo com informações da polícia, o homem viu os agentes chegando e tentou esconder os aparelhos na gaveta do congelador, junto de potes de sorvete. A polícia encontrou e apreendeu os celulares durante a busca.
A retirada foi gravada em um vídeo pelos policiais.
A busca faz parte da Operação Têmis , que tem 22 mandados ativos de busca e apreensão em São João do Meriti, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e na capital fluminense.
Busca e apreensão em Duque de Caxias
Netinho Reis é sobrinho de Washington Reis (MDB), ex-prefeito da cidade e atual secretário estadual de transportes. A casa dele também foi alvo de buscas.
O imóvel que fica na em Xerém, em Caxias, tinha dois veículos de luxo que também foram apreendidos.
"Tenho 32 anos de vida pública, tenho muita tranquilidade, e não tenho nada a ver com isso. Nossa eleição foi feita com muita transparência, honestidade, as contas foram aprovadas, e está tudo tranquilo. Não tenho nada a temer e estou aqui para colaborar com a justiça", disse Washington Reis ao g1.
Outros alvos
Outro alvo da operação foi o deputado Valdecy da Saúde (PL), o candidato a prefeito de São João de Meriti, na Baixada, durante as eleições deste ano.
Na casa do assessor do deputado e funcionário da prefeitura Wellington da Rosa foram apreendidos R$ 2,28 milhões.
Além dele, a filha do traficante Fernandinho Beira-Mar , Fernanda Izabel da Costa (MDB), vereadora de Caxias, é alvo da operação.
Grupo de compra de votos
De acordo com uma reportagem da TV Globo , o grupo fazia parte de um esquema contratado para comprar votos com golpes.
O golpe foi apelidado de “teatro invisível”: as pessoas se passavam por moradores comuns e conversavam com pessoas na rua para convencê-las a votar no candidato, além de espalhar notícias falsas.
A PF acessou um documento intitulado “Valdecy campanha teatro", que mostrava que o político pagou R$ 55 mil por grupo para o golpe; o documento detalha quantas pessoas foram abordadas e quantas foram convencidas a votar no candidato. Ele nega as acusações.
Uma das fake news espalhadas pelo grupo era contra Leo Vieira (Republicanos), também candidato à prefeitura, e dizia que este tinha ligações com o assassinato de Marielle Franco .