O governador de Goiás , Ronaldo Caiado , foi condenado nesta quarta-feira (11) pela Justiça Eleitoral goiana por abuso de poder político durante as eleições municipais de 2024 e usou Bolsonaro e Lula como exemplos. Em sua defesa, ele argumenta que as reuniões realizadas no Palácio das Esmeraldas tinham como objetivo discutir questões relacionadas a crises em Goiânia , como a situação da saúde, e não tinham intenções políticas.
A decisão determinou que Caiado fosse inelegível por oito anos e cassou o registro do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel.
Ele também mencionou que reuniões semelhantes foram realizadas por outros presidentes, como Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro e Dilma Rousseff, no Palácio do Alvorada, durante períodos eleitorais.
“Essa matéria será revista”, afirmou Caiado, que garantiu respeitar a decisão da Justiça, embora tenha entrado com recurso para reverter a condenação.
A diplomação da chapa eleita, que teve o registro cassado, ocorrerá no dia 19 de dezembro, enquanto a posse está marcada para 1º de janeiro. No entanto, a chapa aguarda o julgamento do recurso no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás.
Caiado, ao comentar o caso, afirmou: “Jamais pratiquei um ilícito moral ou eleitoral que possa desabonar a minha trajetória de vida”.
O governador também destacou a situação de outros políticos, dizendo: “Vocês estão vendo agora, em 2024, com Lula gravando todas as matérias pedindo voto pro Boulos, dentro do Palácio do Alvorada. Você não pode ter dois pesos e duas medidas. Aqui é minha residência [Palácio das Esmeraldas], eu moro aqui”.
Defesa de Sandro Mabel
A defesa de Sandro Mabel demonstrou surpresa com a decisão de cassação e afirmou não haver irregularidades na conduta do prefeito eleito.
A acusação de abuso de poder político se baseou na alegação de que Caiado teria realizado reuniões com fins eleitorais, utilizando recursos públicos, como o fornecimento de bebidas e serviços prestados por funcionários do Palácio das Esmeraldas, para promover a candidatura de Mabel.
“O investigado Ronaldo Caiado admitiu em sua contestação que os eventos se tratavam de reuniões de trabalho, logo, os gastos ainda que moderados foram arcados pelo poder público. O informante ouvido confirmou a oferta de bebidas durante os dois eventos e ainda contou que funcionários pertencentes ao quadro de servidores do Palácio das Esmeraldas prestaram os serviços para a realização dos dois eventos”, afirmou o trecho da sentença do TRE-GO.