PF pede anulação de benefícios da delação premiada de Mauro Cid ao STF

Ministro Alexandre de Moraes enviou o pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise

Delação de Mauro Cid inclui benefícios como redução de pena e a possibilidade de responder aos processos em regime domiciliar
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Delação de Mauro Cid inclui benefícios como redução de pena e a possibilidade de responder aos processos em regime domiciliar

A Polícia Federal ( PF ) solicitou ao Supremo Tribunal Federal ( STF ) a revogação dos benefícios concedidos no acordo de delação premiada de Mauro Cid , ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro ( PL ). 

Segundo o g1, o ministro Alexandre de Moraes enviou o pedido à Procuradoria-Geral da República ( PGR ) para análise antes de decidir se acatará a solicitação e se decretará a prisão de Cid , caso a PF também o requeira.  

O acordo de delação de Mauro Cid inclui benefícios como redução de pena e a possibilidade de responder aos processos em regime domiciliar, desde que respeite medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com outros investigados.  

Depoimento questionado


Em depoimento prestado nesta terça-feira (19), Mauro Cid afirmou não ter conhecimento de um plano golpista para dezembro de 2022. Segundo as informações divulgadas pela TV Globo, os investigadores consideraram suas respostas insatisfatórias, aumentando o risco de cancelamento do acordo de colaboração.  

Cid também alegou desconhecer o teor completo das apurações que levaram à operação desta terça-feira, na qual quatro militares do Exército e um policial federal foram presos por suspeita de planejar ações golpistas e ataques contra autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .  

A PF informou que Mauro Cid trocou mensagens com o general da reserva Mario Fernandes, um dos detidos na operação, sobre possíveis ações golpistas. 

Nas conversas, Fernandes afirmou a Cid que havia discutido o tema diretamente com Bolsonaro , que teria indicado que “qualquer ação” poderia ocorrer até 31 de dezembro de 2022, último dia de seu mandato.  

A delação de Mauro Cid vinha sendo considerada uma peça-chave para avançar nas investigações relacionadas aos ataques à democracia, mas o conteúdo de seus depoimentos, aliado às recentes operações, tem colocado em dúvida a validade do acordo.  

A decisão final sobre o futuro do acordo do ex-ajudante de ordens ainda dependerá da análise do pedido pela PGR e do julgamento de Moraes.