A Polícia Federal (PF) concluiu que a cúpula da segurança pública do Distrito Federal (DF) cometeu falhas durante os atos golpistas de 8 de janeiro . Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a corporação aponta “falhas evidentes” do ex-secretário Anderson Torres e cita o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).
“Trata-se de inquérito instaurado para apurar existência de indícios de atuação criminosa por parte de Ibaneis Rocha Barros Júnior, Anderson Gustavo Torres, Fernando de Sousa Oliveira e Fábio Augusto Vieira”, inicia a PF.
Sousa era o secretário-executivo de Torres, e Vieira o comandante-geral da Polícia Militar, à época.
“Conclui-se que as falhas da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) no enfrentamento das manifestações de 08/01/2023 são evidentes, especialmente pela ausência inesperada de seu principal líder, ANDERSON GUSTAVO TORRES, em um momento de extrema relevância aliado a falta de ações coordenadas e a difusão restrita de informações cruciais contidas no Relatório de Inteligência no 06/2023 foram fatores decisivos que contribuíram diretamente para a ineficiência da resposta das forças de segurança”, afirma trecho do documento.
A versão final do relatório foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo. Ela não cita indiciamentos às autoridades.
Após um ano e dez meses de investigação, a PF aponta que, “em suma, a ausência de articulação e de difusão de dados comprometeu a capacidade de antecipar e enfrentar os atos de violência, revelando um despreparo que não pôde conter a escalada dos eventos”.
O ministro Moraes encaminhou o caso na noite desta segunda-feira (28) para manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
As defesas do governador Ibaneis Rocha e do ex-ministro Anderson Torres ainda não se manifestaram.