Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
Marcelo Camargo/Agência Brasil - 14/06/2023
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira


O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), criticou nesta segunda-feira (14) a Enel por falta de planejamento e ações que considerou "burras", responsabilizando a empresa pelo apagão que afetou São Paulo . Ele também acusou o prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP) de propagar informações falsas sobre a situação, destacando que o contrato de concessão da Enel com a cidade vigora até 2028 e que qualquer ruptura dependeria de processos legais.

O ministro classificou as declarações do prefeito como "politicagem de baixo calão". “O que eu vi ontem foi uma fake news oficial do prefeito da maior metrópole do Brasil. E com tristeza, porque o recebi no meu gabinete, a pedido da bancada do MDB, com o maior respeito”, afirmou Silveira, referindo-se a postagens feitas por Nunes no domingo (13).

Silveira continuou: “O prefeito de São Paulo aprendeu rápido com o seu concorrente aqui, o Pablo Marçal, que era o campeão das fake news e da falsificação de documentos públicos. (...) A Enel vence seu contrato em 2028, e ela tem até 2026 para se manifestar sobre a sua renovação. (...) Nós não trabalhamos com narrativa, nós trabalhamos com fatos.”

O ministro também sugeriu a possibilidade de uma intervenção no contrato da Enel: “Eu sou a favor da abertura [de um processo de rompimento com a Enel] que passa, naturalmente, por uma intervenção. Isso é um processo. Não é uma decisão, uma prerrogativa de alguém que acordou de manhã e tomou uma decisão irresponsável. Irresponsável é quem faz fake news.”


Nunes criticou o ministro

O prefeito Ricardo Nunes criticou a atuação da Enel e cobrou uma intervenção federal, argumentando que o contrato da empresa com o governo permite a quebra do acordo em caso de descumprimento.

"Infelizmente, ele [Alexandre Silveira] é um ministro muito fraco, que, em vez de tomar suas ações e atitudes, estava na sexta-feira lá na Europa sentando com a Enel e discutindo renovação. É de uma irresponsabilidade enorme", afirmou.

Apagão

O apagão que atingiu São Paulo deixou mais de 400 mil casas sem energia, com 283 mil clientes da Enel na capital sem luz. Outros municípios, como Cotia, Taboão da Serra e São Bernardo do Campo, também foram afetados.

A Enel informou que já restabeleceu a energia em 1,7 milhão de casas, mas não forneceu uma previsão para o retorno completo. A situação atual é considerada pior do que o apagão de novembro de 2023, que durou quatro dias.

O apagão também afetou escolas, com 29 unidades estaduais operando com luz natural e cinco com aulas canceladas devido aos danos causados pelas chuvas.

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