Até a manhã desta segunda-feira, cerca de 500 mil clientes ainda estavam sem energia na Grande São Paulo
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Até a manhã desta segunda-feira, cerca de 500 mil clientes ainda estavam sem energia na Grande São Paulo

O ministro de Minas e Energia , Alexandre Silveira , deu à Enel um prazo de três dias para restabelecer a maior parte do fornecimento de energia elétrica na capital e na região metropolitana de São Paulo . O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (14) ao Governo Federal .

A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (14), onde o ministro criticou duramente a atuação da distribuidora durante a crise energética que afeta mais de meio milhão de pessoas.

“Ao contrário do que ela disse, que não tinha previsão de entrega dos serviços à população, eu disse que ela cometeu um grave erro de comunicação, grave erro de compromisso contratual com a sociedade de São Paulo, de não dar uma previsão objetiva”, disse.

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Ação urgente 

De acordo com dados divulgados pela Enel, até a manhã desta segunda-feira,  cerca de 500 mil clientes ainda estavam sem energia na Grande São Paulo. 

Para enfrentar o problema, o número de funcionários da distribuidora aumentou de 1,3 mil para 2,9 mil, conforme detalhou o ministro. Além disso, mais de 200 caminhões e 50 equipamentos foram mobilizados para apoiar as operações.

Silveira foi enfático ao afirmar que a Enel deve resolver os principais problemas nos próximos dias. “Ela tem que restabelecer nos próximos três dias a parte mais substancial da energia do povo de São Paulo”, informou.

O ministro não poupou críticas à falta de planejamento da Enel e destacou que a empresa subestimou a complexidade urbana de São Paulo. “O problema é físico, tem que ter gente para estar lá. A Enel, no mínimo, faltou com planejamento e beirou a burrice”, criticou Silveira, referindo-se à estratégia da empresa de modernizar e automatizar o sistema, reduzindo o número de funcionários sem levar em consideração a infraestrutura da cidade.

Ele ainda enfatizou a necessidade de uma postura mais proativa no setor. “O setor de distribuição precisa se precaver para momentos como esse. Não é possível ser reativo. O Brasil se orgulha da sua matriz energética, e o alicerce é o setor de distribuição e transmissão.”

Além da Enel, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também foi alvo de críticas do ministro. Silveira acusou a atual gestão de espalhar desinformação sobre a renovação do contrato de distribuição da empresa de energia e afirmou que o prefeito deveria focar mais nas questões urbanísticas que impactam o sistema de energia da cidade.

“O prefeito de São Paulo aprendeu rápido quando fez uma fake news ao dizer que não tratamos da renovação da concessão da Enel. A Enel vence seu contrato em 2028, e ela tem até 2026 para se manifestar. Na verdade, ainda dá tempo de o prefeito se preocupar com a questão urbanística de São Paulo”, afirmou Silveira, acrescentando que mais de 50% dos problemas com a energia foram causados por árvores que caíram sobre as redes de média e baixa tensão.

O ministro ressaltou que, nas cidades onde a gestão urbana não é eficiente, as distribuidoras devem ter mais liberdade para realizar o trabalho necessário. 

“Os municípios que não cumprem com a responsabilidade de cuidar da questão urbana precisam dar liberdade para as distribuidoras agirem”, disse.

Por outro lado, o prefeito Ricardo Nunes rebateu as críticas, afirmando que “não existe absolutamente nenhuma falha da Prefeitura” no apagão que afeta a cidade.

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