Os peritos da Polícia Federal ( PF ) concluíram, nesta segunda-feira (7), que há fortes indícios de falsificação na assinatura de um laudo médico divulgado por Pablo Marçal ( PRTB ), que associava seu adversário nas eleições municipais Guilherme Boulos ( PSOL ) ao uso de cocaína.
Segundo a CNN Brasil , o exame grafoscópico apontou que as assinaturas que constam no laudo e as assinaturas legítimas do médico, assinadas ao longo de sua vida, não correspondem.
“Verificou-se a prevalência das dissimilaridades entre a assinatura questionada e os padrões apresentados, tanto nas formas gráficas quanto em suas gêneses, não havendo evidências de que tais grafismos tenham sido escritos pela mesma pessoa”, destaca o documento da perícia, obtido pela CNN.
O laudo médico foi compartilhado por Marçal em suas redes sociais na última sexta-feira (4) e removido após cerca de 90 minutos no ar.
Os especialistas concluíram que "as evidências suportam fortemente a hipótese de que os manuscritos questionados não foram produzidos pela mesma pessoa que forneceu os padrões".
Polícia Civil também confirma falsificação
Antes da conclusão da Polícia Federal , a Polícia Civil de São Paulo já havia chegado à mesma conclusão. Em uma conclusão divulgada no sábado (5), os peritos afirmaram que a assinatura no laudo compartilhado por Marçal não correspondia às assinaturas autênticas do médico José Roberto de Souza.
“É FALSA a imagem da assinatura em nome do médico ‘JOSÉ ROBERTO DE SOUZA’, lançada no receituário objeto de exame”, concluiu o relatório da Polícia Civil
A análise mostrou que a assinatura falsificada foi feita de forma mais lenta e apresentava traços distintos dos documentos originais do médico.
“A assertiva expendida os Peritos a estabeleceram ante as discrepâncias escriturais observadas entre a firma contestada e os modelos produzidos por JOSÉ ROBERTO DE SOUZA, discordâncias essas que abrangem tanto a qualidade do traçado, quanto os elementos técnicos de ordem geral e de natureza morfogenética”, afirma o documento.
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Entenda o caso
Na sexta-feira, Pablo Marçal publicou em suas redes sociais um laudo médico que alegava que Boulos teria sido atendido em janeiro de 2021 com um "quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas". O laudo, supostamente assinado pelo médico José Roberto de Souza, associava Boulos ao uso de cocaína.
A postagem foi removida pelo Instagram após uma hora e meia no ar, mas o impacto da acusação gerou grande repercussão. Segundo Boulos, o laudo é falso, e ele afirma que no dia citado estava participando de uma ação de distribuição de cestas básicas na Comunidade do Vietnã, na zona sul de São Paulo.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) também confirmou que o registro do médico José Roberto de Souza, cujo nome consta no laudo, está inativo desde seu falecimento. Além disso, Boulos alegou que Luiz Teixeira, proprietário da clínica mencionada no laudo, seria apoiador de Marçal e teria forjado o documento.
Após o caso vir à tona, Pablo Marçal negou envolvimento direto na falsificação, dizendo que "apenas publicou" o laudo, mas não tinha participação na sua criação.
O caso segue em investigação.
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