Candidatos discutem projetos no Flow
Reprodução/Youtube
Candidatos discutem projetos no Flow


O Flow News , em parceria com o Grupo Nexo, realiza nesta segunda-feira (23) um debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Entre os participantes estavam Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).

Os concorrentes respondem perguntas feitas por eleitores e especialistas. O mediador do evento, Carlos Tramontina, conduziu o debate sorteando dois candidatos por pergunta.

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O primeiro candidato sorteado tem dois minutos para responder, enquanto o segundo possui de um minuto e meio para comentar a resposta do adversário.

O debate introduziu de um “cartão vermelho” para candidatos que ofendessem ou atacassem seus oponentes. Conforme a regra, três advertências resultariam em expulsão imediata do debate.


“As regras estão aqui, os candidatos assinaram, então não tem problema. Debate não tem segredo. Nós esperamos que o comportamento dos candidatos seja em respeito ao eleitor”, afirmou Tramontina antes do início do evento.

Primeiro bloco

No primeiro bloco, o Flow convidou especialistas para fazerem perguntas sobre seis temas. A primeira pergunta foi sobre moradores em situação de rua e respondida por José Luiz Datena e comentada por Boulos.

“Não podemos ter 80 mil pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo. Três mil crianças ao relento. Cadê o Conselho Tutelar? Temos que melhorar os abrigos, porque muita gente prefere morar na rua do que ficar nos abrigos. Temos que recolher essas crianças e dar amparo para elas”, falou o apresentador.

“Temos que melhorar os abrigos [...] Temos que fazer os abrigos serem mais humanos. Também temos que criar portas de saída para pessoas em vulnerabilidade com emprego e capacitação”, comentou Boulos.

Na sequência, o especialistas questionou políticas sobre drogas, saúde e segurança pública. “Temos que ter política para estender a mão para essas pessoas. Temos que diferenciar o usuário do traficante. O traficante é caso de polícia, tem que ser preso. O usuário é saúde pública, precisa ter tratamento. Não dá para comparar quem é pego com uma tonelada de drogas com quem é pego com algumas gramas”, respondeu Boulos após ser sorteado.

“Uma das políticas públicas mais efetivas para evitar homicídios de jovens é a escola integral. Esse é meu principal objetivo na prefeitura de São Paulo. É uma segurança para a mãe”, falou Tabata Amaral.

A terceira pergunta foi sobre educação e Tabata foi sorteada para responder. Ela criticou a queda de São Paulo no Ideb. "Ricardo Nunes será o primeiro prefeito da história, desde que o Ideb foi criado, a entregar resultados piores em anos iniciais e finais do que aqueles que ele recebeu", pontuou, destacando que há acusações de irregularidades nas merendas das escolas paulistanas.

"A gente passou por uma pandemia, mas nosso índice do Ideb em anos iniciais foi de 4,8, enquanto a média das cidades foi de 4,4", rebateu o prefeito, que enfatizou que zerou a fila das crechês.

No quarto tema, Pablo Marçal foi sorteado e precisou falar sobre violência no trânsito. “Essa violência no trânsito se dá porque não cumprem planos de governo. Alguém aqui falou que faria 40 quilômetros de ônibus e deve ter feito um pouco mais de sete. Isso gera estresse no trânsito. Também tem a certeza de impunidade no trânsito, então pegam cadeiras e acertam candidatos. Num país em que as pessoas saem sem punição faz com que elas quebrem retrovisor”, comentou.

“Sem dúvidas, um dos maiores problemas do trânsito é acidente com motos. Nós temos como proposta aumentar a faixa azul para motos”, falou Marina Helena, que foi sorteada para tratar do assunto.

Na quinta questão, Marina Helena precisou responder se defenderá a ciência e a vacina, caso ocorra uma nova pandemia. O jornalista chegou a citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) ao criticar o antigo governo pelo comportamento na crise humanitária da Covid-19.

“Onde que estavam as vacinas do governo Lula quando tivemos o recorde de mortes de dengue? Estamos chamando o Lula de genocida? Se com a dengue está esse problema, imagina se essa turma estivesse na época da pandemia? Sobre vacina: acho fundamental, mas não sou favorável tirar as liberdades das pessoas”, falou a candidata.

“A pandemia foi politizada, uma grande queda de braço, tanto que a pergunta foi direcionada ao Bolsonaro que não está aqui para responder. Acho que ele fez o que fez tentando acertar, e o mundo perdeu muito com a pandemia. Foram milhares de vidas ceifadas. Para validar uma vacina, isso leva cerca de 14 anos. Nós vacinamos um rebanho em semanas. Mas houveram exageros ao demitir pessoas que foram oprimidas”, respondeu Pablo Marçal.

Na sexta e última pergunta, Ricardo Nunes precisou falar sobre inclusão para pessoas com deficiências.

“A Secretaria da Pessoa com Deficiência era de R$ 12 milhões. Hoje é de R$ 80 milhões, mas ainda é pouco. Em mais de 400 anos, pouco foi feito na questão de acessibilidade. As legislações estão mudando e estamos fazendo aquilo que é preciso. Todos os imóveis que estamos construindo possuem acessibilidade. Nossos ônibus são com acessibilidade, assim como os terminais de ônibus”, explicou Ricardo Nunes.

“Ricardo é fundamental que você dê atenção a esse assunto. É até criminoso você esquecer dos dois milhões de idosos que precisam de cuidadores e lares com internações. O Inclui Sampa precisa de mais crianças com necessidades especiais nas escolas, que elas tenham inclusão social. Você precisa também melhorar as calçadas. Deveria ser prioridade sua”, rebateu Datena.

Segundo bloco

Um morador de São Paulo perguntou quais os planos dos candidatos Pablo Marçal e Marina Helena em relação aos patrimônios históricos da cidade.

“Só podemos chamar quem é vice-prefeito de eterno vice-prefeito, porque só é prefeito quem é eleito prefeito. Sabendo que ele não cuidou dos patrimônios históricos, fica aqui meu compromisso de zelar por essa cidade. Se fosse só patrimônio histórico, a gente poderia dizer que estava preocupado com outras coisas. Mas não é o caso”, declarou o empresário.

“Falando de patrimônio histórico, o que temos aqui são regras complicadas. Por qual motivo não podemos nos inspirar em outros países que conseguiram cuidar dos patrimônios históricos? Quais são os planos? Manter a fachada, mas ter maior flexibilidade na parte interna para facilitar”, propões Marina.

O segundo tema foi o transporte escolar. “Nós temos creches para todas as crianças. É uma alegria que, pelo quarto ano consecutivo, para dor de cotovelo de quem não conseguiu fazer, todas as crianças têm vaga em creche em período integral com cinco refeições. Nós temos transporte gratuito para todas as crianças”, disse Ricardo Nunes ao ser sorteado para responder.

“Ricardo, teve criança que morreu em transporte que você disponibilizou porque esqueceram a criança dentro do veículo com 36 graus. A pessoa estava usando o nome da prefeitura. Você precisa disponibilizar o transporte e segurança para essas crianças. E proponho aqui aumentar em duas horas o tempo de creche para nossas crianças”, comentou Datena na sequência.

O terceiro questionamento foi sobre a política dos candidatos para os imigrantes. Datena foi sorteado para responder. “Nós temos que receber todas as pessoas de qualquer lugar do mundo de braços abertos, acolher todas as pessoas, porque é a nossa vocação. Temos que ter todas as políticas de inclusão. Na minha gestão, a prefeitura vai fazer de tudo para tratar bem as pessoas que vem de outros países”, disse o apresentador.

“Nós somos um só povo. Nós vamos gerar dois milhões de empregos, isso é a principal garantia que vamos receber muito bem você. Quem mora hoje em casa de lata, é uma promessa pessoa que farei isso para você. Ao fim do meu mandato, você não estará mais morando numa casa assim”, explicou Marçal.

Um dos questionamentos feitos por uma cidadã foi sobre a insegurança alimentar dos moradores em situação de rua. Marina Helena criticou a atual gestão da prefeitura de São Paulo.

“Nós temos um problema grande que é a Cracolândia e também das pessoas em situação de rua. Por isso sua preocupação sobre a fome. A pergunta que temos que fazer é: o que tem feito a prefeitura em relação ao assunto? O que fazem as mais de 90 organizações que cuidam da Cracolândia? O que me preocupa que pagamos bilhões com essas organizações e mais pessoas estão nas ruas. Mais marmitas são entregues, porque tem mais pessoas nas ruas. Precisamos criar a porta de saída”, propões.

“Inadmissível que tenha em São Paulo gente passando fome, por isso criei um programa que foi premiado pela ONU recentemente. Fomos elogiados, matérias que saíram na imprensa. Criei o Fundo Municipal de Segurança Alimentar, que tem mais de R$ 300 milhões para essa finalidade”, comentou Nunes.

Na quinta pergunta, uma mulher reclamou do transporte público. “O número de viagens diminuiu 20% desde o fim da pandemia, ou seja, tem menos ônibus na rua. Ônibus demora mais, está mais lotado, para mulher é pior porque tem a questão do assédio em ônibus lotado. Tem menos ônibus e a prefeitura tem pagado mais do nosso dinheiro, mas é o Ricardo Nunes que assina. Para onde está indo esse dinheiro? Ainda tem denúncia de algumas empresas envolvidas com o crime organizado, lavando dinheiro. É grave”, respondeu Boulos ao ser sorteado.

“A vida pode piorar se a gente continuar do jeito que está. As linhas de ônibus são as mesmas de 15 anos atrás. Como? A cidade cresceu, tem mais metrô. Temos que ter linhas mais retas para ajudar o trabalhador a chegar mais rápido no trabalho”, comentou Tabata.

Assista ao vídeo abaixo:


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