Em discurso na cúpula do G7 nesta sexta-feira (14), na Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a taxação de super-ricos e propôs ainda uma cúpula para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Segundo o mandatário, "já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos". Lula disse ainda, que o conflito na Europa deve ser resolvido através de uma "conferência internacional que seja reconhecida pelas partes".
Enquanto passava pela Suíça ontem (13), Lula disse que falaria em discurso do G7 sobre desigualdade, inteligência artificial e democracia.
“O G7 é uma reunião um pouco complicada, nós temos um espaço para falar. Os assuntos que eu quero falar são sobre democracia mesmo, sobre inteligência artificial, sobre a desigualdade. São os assuntos que eu gosto de discutir em qualquer lugar que eu vou”, afirmou Lula à imprensa.
Lula iniciou o discurso desta sexta-feira falando sobre tecnologia. Ele disse que a inteligência artificial (IA) apresenta "oportunidades e riscos".
"A inteligência artificial acentua esse cenário de oportunidades, riscos e assimetrias. Seus benefícios devem ser compartilhados por todos. Interessa-nos uma IA segura, transparente e emancipadora. Que respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação. Que potencialize as capacidades dos Estados de adotarem políticas públicas para o meio ambiente e que contribua para a transição energética. Uma IA que também tenha a cara do Sul Global, que fortaleça a diversidade cultural e linguística e que desenvolva a economia digital de nossos países. E, sobretudo, uma IA como ferramenta para a paz, não para a guerra", afirmou o presidente brasileiro.
Desigualdade
Logo depois, Lula falou sobre a desigualdade e mencionou que "já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos".
"Essa concentração excessiva de poder e renda representa um risco à democracia. Muitos países em desenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a pobreza. Nosso objetivo, no G20, é mobilizar recursos para ampliá-las e adaptá-las a outras realidades", disse Lula.
"O apoio de todos os presentes nesta reunião à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que lançaremos na Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, será fundamental para dar fim a essa chaga que ainda assombra a humanidade", acrescentou.
Guerras
Segundo Lula, em Gaza, onde acontece a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas desde 7 de outubro do ano passado , é possível ver "o legítimo direito de defesa se transformar em direito de vingança".
"Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. Isso nos levou a endossar a decisão da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça", afirmou o mandatário.
Sobre a Rússia e Ucrânia, Lula ressaltou que "o Brasil condenou de maneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia. Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar".
O petista então propõe que a paz seja viabilizada através de uma "conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da proposta de Brasil e China", referindo-se resoluções de paz apresentadas pelos países no Conselho de Segurança da ONU.
"O G7, o BRICS e o G20 reúnem as maiores economias do planeta. O futuro que compartilharemos dependerá de nossa capacidade de superar desigualdades e injustiças históricas para vencer as batalhas que a humanidade enfrenta hoje", encerrou o presidente do Brasil.
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