Ronnie Lessa admitiu ter matado Marielle Franco
Reprodução/TV Globo
Ronnie Lessa admitiu ter matado Marielle Franco

Assassino confesso da vereadora  Marielle Franco e do motorista Anderson GomesRonnie Lessa afirmou, em delação premiada, que os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão espionaram outros políticos do PSOL , como o ex-deputado federal Marcelo Freixo .

No depoimento à Polícia Federal (PF) , que foi obtido pelo programa Fantástico, da TV Globo, Lessa diz que os irmãos Brazão infiltraram o casal Laerte Silva de Lima e  Erileide Barbosa da Rocha no PSOL. 

“O Domingos [Brazão], por exemplo, não tem papas na língua. Ele simplesmente fala que... ele colocou, digamos assim, um espião no PSOL, no partido da Marielle. E o nome desse espião seria Laerte, que é uma pessoa do Rio das Pedras, que depois eu soube se tratar de um miliciano. Uma pessoa responsável por várias atividades da milicia lá. E essa pessoa trazia informações para os irmãos com relação ao PSOL em si”, declarou Ronnie.

"Não somente em relação à Marielle. Ele falava sempre do Marcelo Freixo. Falava do Renato Cinco. Tarcísio Motta... Falava dessa pessoa. E demonstrava, assim, um interesse diferenciado por essas pessoas, pelas pessoas do PSOL", acrescentou o ex-PM.

Em nota, O PSOL declarou que o casal foi expulso do partido em dezembro de 2020. “Sua real atuação já era de conhecimento do partido desde meados de 2019, mas não foram tomadas iniciativas por estarem sob investigação. Os fatos mostram que as milícias não possuem limites em sua atuação criminosa e contam, por muitas vezes, com o apoio de agentes do Estado, quando eles próprios não o são”, disse.

Criação de milícia

Na delação, Lessa afirmou que os mandantes da morte da vereadora Marielle Franco ofereceram a ele e a um comparsa dois loteamentos clandestinos na zona oeste do Rio para formarem uma milícia . Segundo o ex-PM, o negócio renderia mais US$ 20 milhões (R$ 100 milhões). "Na verdade, eu não fui contratado para matar a Marielle como um assassino de aluguel. Eu fui chamado para uma sociedade", disse na delação.

Ronnie admitiu ter matado a vereadora e contou que ficou surpreso com a proposta dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. Eles ofereceram os lotes a Lessa e ao ex-PM Edimilson de Oliveira, o Macalé, morto em 2021.

"Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de US$ 20 milhões. A gente não está falando de pouco dinheiro (...) Ninguém recebe uma proposta de receber US$ 10 milhões simplesmente para matar uma pessoa. Uma coisa impactante realmente", disse Lessa.

"A gente ia criar uma milícia nova. Então ali teria a exploração de gatonet, a exploração de kombis, venda de gás... A questão valiosa é depois. A manutenção da milícia que vai trazer voto", explicou Lessa.

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