Ex-parlamentar se arrepende de confusões na Câmara
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Ex-parlamentar se arrepende de confusões na Câmara

A ex-deputada federal Joice Hasselmann, 46, disse que os integrantes do PSL que elegeram o  ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018 formavam 'um grupo de malucos', o que comparou a um 'zoológico sem jaula'.

"Eu fui deputada pelo PSL, que era um grupo de malucos e eram literalmente seis pessoas que tinham raciocínio, entre as quais eu estava [nesse grupo]. O resto era um zoológico sem jaula, era crocodilo conversando com macaco", disse em entrevista ao UOL.

A estreia da ex-parlamentar na Câmara foi impulsionada pelo bolsonarismo, que se fortalecia cada vez mais pelo país. Entretanto, Hasselmann logo rompeu laços com Bolsonaro e sua família; ainda no primeiro ano de mandato, ela se desentendeu publicamente com o então presidente e os filhos dele na disputa pelo comando da sigla.

Hoje, ela reconhece que foi uma disputa da qual ela não deveria ter participado.

"Quando o Bolsonaro tentou tomar o PSL, eu fui lá e comprei a briga, dei um jeito de manter o partido na minha mão, virei líder, mas comprei uma briga que não era minha", disse.

Segundo a ex-parlamentar, ela não se conformava com a forma que Bolsonaro pressionava os deputados. "Ali a nossa relação degringolou de vez", conta.

Hasselmann estendeu suas críticas ao ex-presidente que, segundo ela, chegou ao Poder Executivo se sentindo 'menor que a cadeira'. Porém, com a escalada de sua popularidade, o líder bolsonarista deixou de ouvir a ela e outros aliados.

"Quando o Bolsonaro chegou ao poder ele se sentia menor que a cadeira, inferior, então precisava de suporte. Só que ele rapidamente foi crescendo, passou a se sentir maior que a cadeira e quando você se sente maior que cadeira, você se sente maior que a Constituição, maior que qualquer outro poder. Aquilo começou a me apavorar, ele me ouvia, nessa época parou de ouvir", afirmou.

Arrependimentos

Outro ponto abordado na entrevista com Hasselmann foi a sua polêmica passagem pela Câmara dos Deputados, marcada por brigas e confusões.

"Passei por uma máquina de moer carne na política e hoje vejo que alguns críticas que fiz, não faria, pelo menos no [mesmo] tom. Tem muito desrespeito na Câmara e muitas vezes eu mordi essa isca, porque alguém me cutucava e eu vinha igual um furacão. Hoje olho e falo 'para quê um negócio desses?", afirma.

A ex-parlamentar disse que, apesar de ter sido eleita em meio à escalada da extrema-direita no Congresso, ela não se considera uma pessoa 'radical'. Com isso, reconhece que as confusões em que se inseriu serviram para que ela se sabotasse 'o tempo todo' e, posteriormente, não fosse reeleita nas eleições de 2022.

"Me arrependo [de acumular brigas] porque ali sou eu contra mim mesma. O que me fez perder base foi isso, eu contra mim mesma. Porque eu ficava me sabotando o tempo todo, me enfiando em brigas que eu não precisava e que não eram minhas", disse a ex-parlamentar.

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