Os ex-comandantes Freire Gomes (esquerda) e Baptista Júnior (direita) , do Exército e da Aeronáutica, complicaram Bolsonaro em depoimentos à PF
Montagem sobre fotos/Reprodução/Alan Santos/PR
Os ex-comandantes Freire Gomes (esquerda) e Baptista Júnior (direita) , do Exército e da Aeronáutica, complicaram Bolsonaro em depoimentos à PF

O ex-comandante do Exército  Marco Antônio Freire Gomes  e o ex-comandante da Aeronáutica  Carlos de Almeida Baptista Junior  complicaram  Jair Bolsonaro (PL) em seus depoimentos à  Polícia Federal (PF). De acordo com as versões apresentadas pelos militares, o  ex-presidente da República foi o principal responsável por articular uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

À PF, Freire Gomes confirmou que Bolsonaro mostrou-lhe e aos outros comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto para iniciar um estado de defesa no TSE  e 'verificar a conformidade e legalidade do processo eleitoral' de 2022.

Baptista Júnior, afirmou à PF que Freire Gomes chegou a comunicar que prenderia Bolsonaro caso ele tentasse colocar em prática um golpe de Estado . A informação foi revelada pela Folha de S.Paulo . O comandante da Aeronáutica também declarou que o ex-presidente buscava parar "eventuais abusos" do ministro Alexandre de Moraes , do STF.  Abaixo, conheça os ex-comandantes.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à esquerda, e o ex-comandante do Exército, General Freire Gomes, à direita Antônio Cruz/Agência Brasil - 19.04.2022
General Freire Gomes Alan Santos/PR
Baptista Júnior implicou Bolsonaro Pozzebom/Agência Brasil
Baptista Júnior fez toda sua carreira na Aeronáutica Reprodução/Twitter


Freire Gomes

Nascido em 31 de julho de 1957, em Pirassununga, no interior de São Paulo, Marco Antônio Freire Gomes é filho do Coronel de Cavalaria Francisco Valdir Gomes. Após passar por colégios militares no Rio de Janeiro e em Recife, ele começou sua carreira na área aos 19 anos, em 14 de fevereiro de 1977, na Academia Militar das Agulhas Negras. Lá, foi declarado aspirante a oficial da Arma de Cavalaria em 15 de dezembro de 1980.

Ao longo de sua trajetória, serviu em unidades de Cavalaria de Recife e Bayeux. Depois, Freire Gomes também serviu o 1º Batalhão de Forças Especiais e o Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, ambos no Rio de Janeiro.

Em ascensão, Freire Gomes integrou o Grupo de Observadores das Nações Unidas na América Central e foi instrutor da Seção de Instrução Especial da Academia Militar das Agulhas Negras. Foi também, o primeiro Comandante do 1.º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia.

A partir de 2014, Freire Gomes planificou sua carreira em Brasília, sendo chefe da Divisão de Operações e chefe da Divisão de Inteligência do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR). Também comandou o Serviço Militar Regional do Comando da 11ª Região Militar. 

A promoção ao posto de general de Exército ocorreu em 2018, quando foi escolhido para o cargo de Comandante Militar do Nordeste, em Recife (PE). Em seguida, assumiu o posto de comandante de Operações Terrestres, em Brasília. 

Por fim, chegou ao auge em março de 2022, sendo escolhido por Bolsonaro para comandar o Exército, assumindo o lugar do general Paulo Sérgio. 

Baptista Júnior 

Carlos de Almeida Baptista Júnior nasceu em 5 de setembro de 1960, em Fortaleza, no Ceará. Ele é filho do ex-comandante da FAB, Carlos de Almeida Baptista, que chefiou a Força de 1999 a 2003, no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Baptista Júnior iniciou sua carreira na Aeronáutica jovem, ainda aos 15 anos. Ao longo de sua trajetória, o brigadeiro liderou a Base Aérea de Fortaleza; foi adjunto do adido de Defesa e Aeronáutica nos Estados Unidos; assumiu o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro; chefiou a Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico e se tornou vice-chefe do Estado-Maior da Aeronáutica.

Ao todo, Baptista Júnior possui cerca de 4 mil horas de voo, sendo 2.200 horas em aeronaves de caça. No governo Bolsonaro, comandou a Aeronáutica e assumiu o cargo máximo da FAB, substituindo Antonio Carlos Moretti Bermudez.

À frente da Aeronáutica, Baptista Júnior se envolveu em polêmicas. A principal aconteceu quando ameaçou, em uma entrevista, o senador Omar Aziz (PSD-AM) em meio às sessões da CPI da Covid.  O comandante chegou a ir a julgamento pelo Ministério Público Militar, mas o processo foi rejeitado e arquivado.

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