Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (28) mostra que 48% dos entrevistados que tiveram conhecimento da manifestação de Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista no domingo (25) não acreditam que o ato vai influenciar no inquérito da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente e aliados , que investiga um possível plano de golpe de Estado.
Segundo o levantamento, 34% acreditam que a manifestação deve acelerar o ritmo das investigações, e 11% acham que deve reduzir.
Foram ouvidas 2 mil pessoas entre os dias 25 e 27 de fevereiro, em 120 cidades. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, entre os entrevistados que sabiam do ato pró-Bolsonaro.
Durante a manifestação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que houve tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2024. Ele ainda defendeu um projeto de anistia aos “pobres coitados” que são réus pelos atos de 8 de janeiro , que destruíram as sedes dos Três Poderes no ano passado.
A pesquisa aponta também que 50% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente sai mais forte após o ato. Já para 26%, o ex-presidente ficou mais fraco. Ademais, 14% disseram, espontaneamente, que Bolsonaro não ficou mais forte ou mais fraco após a manifestação na Avenida Paulista.
Trama golpista
O ato aconteceu em meio às investigações da Operação Tempus Veritatis , conduzida pela PF e que mira Bolsonaro e aliados em apurações sobre uma possível tentativa de golpe de Estado.
Durante discurso, o ex-presidente evitou falar sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e sobre fraudes nas urnas, mas negou ter elaborado um plano de golpe de Estado.
A Quaest ainda perguntou aos entrevistados se Jair Bolsonaro teria elaborado um plano de golpe de Estado. Segundo a pesquisa, 47% responderam que sim, e 40% negaram. Os que não sabem ou não responderam somam 13%.
Inelegibilidade
O levantamento perguntou ainda aos entrevistados se a Justiça acertou ou errou ao tornar Bolsonaro inelegível, impedindo o ex-presidente de disputar as eleições até 2030.
O resultado foi que 51% aprovaram a inelegibilidade de Bolsonaro, e 40% afirmaram que foi uma decisão errada.
Em 2023, Bolsonaro foi julgado pela corte do Tribunal Superior Eleitoral e declarado inelegível duas vezes . O ex-mandatário está impedido de concorrer às eleições municipais de 2024, às estaduais e nacionais de 2026 e às municipais de 2028.