O português Sérgio Tavares usou as redes sociais na manhã deste domingo (25) para acusar a Polícia Federal (PF) de tê-lo detido indevidamente no aeroporto de Guarulhos (SP). Sergio veio ao Brasil para cobrir o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL), que acontecerá na tarde deste domingo na avenida Paulista, em São Paulo.
Segundo Tavares, que se denomina nas redes sociais como "ativista" e "repórter cidadão" e tem um canal conservador no YouTube, a PF o interrogou na manhã deste domingo e reteve seu passaporte. No final da manhã, o português afirmou que havia sido libertado.
Nas redes sociais, Tavares afirma que veio ao Brasil para cobrir a manifestação pró-Bolsonaro e "mostrar à Europa um gigantesco grito de revolta do povo brasileiro contra a ditadura em que o país mergulhou".
Questionada pela reportagem, a PF disse que, "em relação ao vídeo que circula em redes sociais de um cidadão português alegando que foi indevidamente impedido de entrar no Brasil, a Polícia Federal informa que tal alegação é falsa".
Segundo a PF, Tavares precisaria de um visto de trabalho para entrar no país, já que teria vindo para cobrir o evento. "A PF está conduzindo o procedimento padrão para avaliar a situação do indivíduo, verificando se ele está no país a turismo ou a trabalho e por quanto tempo pretende permanecer no país, seguindo o protocolo regular de admissão de estrangeiros. Tal indivíduo teria publicado em suas redes sociais que viria ao país para fazer a cobertura fotográfica de um evento. Todavia, para isso, é necessário um visto de trabalho, o que ele não apresentou", diz o órgão.
Nas redes sociais, Tavares afirma que foi detido em Guarulhos por volta das 8h (horário de Brasília). Ele alega que foi interrogado pela PF "sobre declarações sobre urnas, fraude eleitoral, ditadura do judiciário e vacinas". Tavares afirma que permaneceu em silêncio.
"Perguntaram-me sobre especificamente Alexandre de Moraes, Flávio Dino, vacinas, 8 de janeiro, tudo", relata Tavares em vídeo.
Em nota enviada à reportagem, a PF confirma que "o estrangeiro foi indagado sobre comentários que fez sobre a democracia no Brasil, afirmando que o país vive uma 'ditadura do Judiciário', além de outras afirmações na mesma linha, postadas em suas redes sociais". "Vale ressaltar que as mesmas medidas são adotadas por padrão na grande maioria dos aeroportos internacionais", diz a PF.
Quem é Sérgio Tavares
Com cerca de 150 mil inscritos no YouTube, o português entrevistou Bolsonaro no início de fevereiro. Na live, o ex-presidente atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de ter criticado a vacinação contra a Covid-19 e o uso de máscaras durante a pandemia.
Em suas publicações, Tavares afirma que o Brasil "mergulhou em uma ditadura" e acusa o STF de "censura" e "perseguição" à família Bolsonaro. O português também tem conteúdos divulgando desinformações relacionadas à saúde, como sobre a Covid-19 e a dengue.