Nesta quinta-feira (15), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu e declarou sua lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O governador disse que não consegue enxergar indícios que justifiquem a "responsabilização" do ex-mandatário na suposta tentativa de golpe de Estado, que tem sido investigada pela Polícia Federal (PF). O governador adicionou, ainda, que "muita coisa" está sendo criada e reforçou sua lealdade a Bolsonaro, afirmando que estará ao lado do aliado "sempre", nos "momentos bons e difíceis".
Vale lembrar que a PF reuniu diversas provas que apontam a participação de Bolsonaro e aliados na tentativa de golpe. Por exemplo, foi encontrado um texto na sala de Bolsonaro, na sede do PL, em Brasília, com discurso da decretação de estado de sítio e de uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O Supremo Tribunal Federal também tornou públicas, na última semana, as imagens de uma reunião do dia 5 de julho de 2022 na qual Bolsonaro mobiliza seus ministros a atuarem contra o processo eleitoral.
"Sinceramente, eu não consigo ver — e essa não é uma opinião minha, tem muitos juristas divididos — nada que traga uma responsabilização para ele (Bolsonaro). Não vejo. Acho que o pessoal está criando muita coisa. Com o tempo, tudo vai ser esclarecido. Confio muito num cara que eu aprendi a admirar, que eu trabalhei junto, que a única coisa que eu vi nesse tempo todo que eu trabalhei com ele foi preocupação com as pessoas, mais nada. Vou estar junto dele. Sempre", disse Tarcísio.
O governador de São Paulo ainda reforçou sua "relação fraterna" com Bolsonaro.
"Uma coisa que a gente tem que entender: lealdade e gratidão não vão embora nunca. Eu vou estar do lado do Bolsonaro seja em que momento for. Nos momentos bons, nos momentos difíceis. Se o presidente está precisando do apoio, eu vou estar do lado dele", declarou Tarcísio.
Nas últimas semanas, Tarcísio evitava declarações públicas sobre a operação da PF que mira Bolsonaro. Ele chegou, inclusive, a participar de um evento ao lado do presidente Lula, com quem trocou declarações amigáveis.
Entretanto, o sossego do governador caiu por terra com a cobrança por um posicionamento do coronel Ricardo Mello Araújo, indicado por Bolsonaro para ser vice na chapa do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). O coronel, que é ex-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), marcou o governador num vídeo em que pedia para líderes de direita se manifestarem.
"Esses governadores precisam se manifestar, para a gente até entender se está certo, se está errado. Porque o povo está meio perdido e precisa estar ouvindo a voz de quem a gente votou. Cadê o povo da direita se manifestando?", questionou o coronel.