Os aliados de Jair Bolsonaro (PL) afirmaram nesta quinta-feira (15) que o ato a favor do ex-presidente da República
, marcado para o dia 25 de fevereiro, na Avenida Paulista
, em São Paulo
, será pacífico. Além disso, eles afirmaram que a manifestação não contará com o aporte de verba pública. As declarações aconteceram após uma reunião com o ex-chefe do Executivo.
Segundo o advogado Fabio Wajngarten , um dos representantes de Jair Bolsonaro, a organização do evento está sendo feita pelo pastor Silas Malafaia e contará com financiamento da Associação Vitória em Cristo. "O ato está sendo organizado por várias mãos", disse, em conversa com a imprensa.
O pastor Silas Malafaia reforçou que o ato será pacífico. "Acreditamos que todos os nossos eventos são pacíficos. O mote é que estamos defendendo o Estado Democrático de Direito. Isso vale para todos. O evento não tem outra intenção. Estamos no Estado Democrático de Direito. Vamos fazer uma grande manifestação a favor de toda a população brasileira. Vai muito além de Jair Bolsonaro".
O deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), por sua vez, adotou o mesmo discurso. "A ideia é um evento pacífico, ordeiro, com a presença de dezenas de parlamentares, deputados estaduais, vereadores, deputados federais, senadores, governadores, prefeitos e cidadãos", declarou.
Alvo da PF
Jair Bolsonaro é o principal alvo da Operação Tempus Veritatis , deflagrada pela Polícia Federal (PF), que visa apurar uma tentativa de golpe de Estado. Na semana passada, quatro pessoas ligadas ao ex-presidente foram presas preventivamente, enquanto outros 33 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. O ex-chefe do Executivo, inclusive, precisou entregar seus passaportes à PF neste período.
Durante as buscas, a PF encontrou a "minuta do golpe", que ordenaria a prisão de autoridades e implementação do Estado de Sítio no país, no gabinete de Jair Bolsonaro. Publicamente, a defesa do ex-presidente disse que ele só tomou ciência do documento em 2023 , quando mandou imprimir o texto.
A PF, entretanto, enviou um inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF) informando que Bolsonaro recebeu e editou a minuta golpista no final de 2022 , pouco depois de ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial.
Além disso, segundo a PF, Bolsonaro teria enviado R$ 800 mil aos Estados Unidos, onde aguardaria o golpe. Vale lembrar que o ex-presidente passou a virada do ano de 2022 para 2023 nos EUA. Em 8 de janeiro, dia das manifestações antidemocráticas, ele permanecia em território norte-americano.
Em meio ao momento de apreensão, Bolsonaro e seus aliados decidiram convocar um ato para chamar apoiadores. O ex-presidente, porém, vetou qualquer crítica aos ministros do STF e demais autoridades.