No relatório da Polícia Federal (PF), que deflagrou nesta quinta-feira (8) a operação Tempus Veritatis,
é apontado que Walter Souza Braga Netto coordenou ataques a militares das Forças Armadas que resistiram à tentativa de golpe de Estado encabeçada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Trechos do relatório foram transcritos na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o documento, Braga Netto e outros envolvidos “teriam se concentrado na escolha de alvos, para a amplificação de ataques pessoais direcionados a militares em posição de comando, que resistiam às investidas golpistas, em coordenação de condutas que identificam o núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado”.
A PF aponta que Braga Netto teria utilizado a alta patente militar para “influenciar e incitar o apoio aos demais núcleos de atuação, por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para a consumação do golpe de Estado”.
Em uma delas, Braga Netto se refere ao General Marco Antônio Freire Gomes como “cagão” por não aderir à tentativa de golpe; em outra, o ex-ministro da Defesa orienta Barros a atacar o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, chamando o então comandante da Aeronáutica de "traidor da pátria”.
Em outro momento do diálogo, Braga Netto elogia o almirante Almir Garnier, que de acordo com o relatório estaria a favor do golpe. As mensagens de texto foram trocadas no dia 14 de dezembro.
“As referidas mensagens vão ao encontro, conforme aponta a Polícia Federal, dos fatos descritos pelo colaborador MAURO CID, que confirmou que o então Comandante da Marinha, o Almirante ALMIR GARNIER, em reunião com o então Presidente JAIR BOLSONARO, anuiu com o Golpe de Estado, colocando suas tropas à disposição do Presidente”, diz a decisão.