Valter Pomar é diretor nacional do PT
Lula Marques/Agência PT
Valter Pomar é diretor nacional do PT

Dirigente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores) , Valter Pomar reprovou a volta de Marta Suplicy ao partido, oficializada nesta sexta-feira (2) . Em seu blog, o líder da ala mais à esquerda da legenda fez duras críticas ao retorno de Marta à sigla e pediu autocrítica à ex-prefeita. No texto, Pomar relembrou o fato da ex-senadora, que será vice na chapa de Guilherme Boulos na disputa pela prefeitura de São Paulo, ter apoiado o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. 

"Espero que Marta faça, em seu discurso, alguma autocrítica - mesmo que com baixas taxas de sinceridade e altas taxas de conveniência - em relação aos ataques que nos fez, quando saiu do partido; em relação a seu voto em favor do golpe disfarçado de impeachment; em relação a seu voto, no Senado, em favor de medidas extremamente graves contra a classe trabalhadora; em relação a sua participação recente em campanhas eleitorais e no governo Nunes, confrontando o PT", diz um trecho do texto escrito pelo diretor nacional da sigla. 

No entendimento de Valter Pomar, caso Marta não faça uma autocrítica em seu discurso, parte do PT estará aprovando que o impeachment contra Dilma não foi um golpe. "Afinal, uma coisa é fazer uma aliança com um golpista de 2016, tendo como objetivo derrotar a extrema-direita. Outra coisa, bastante diferente, é refiliar este golpista, com toda pompa e circunstância, no seu 'aconchego'". 


Eleições municipais

A entrada de Marta na chapa de Boulos é encarada por parte da esquerda como fundamental nas eleições de outubro. Isto porque a ex-prefeita possui a Zona Sul de São Paulo como reduto eleitoral e poderia impulsionar o candidato do PSOL contra Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e candidato à reeleição.  

Saída do PT

Marta deixou o Partido dos Trabalhadores em abril de 2015, durante as investigações da Operação Lava Jato. Ao se desfiliar, a ex-prefeita de São Paulo disse que foi “isolada e estigmatizada” pela direção e que se sentia “constrangida” com a investigação de corrupção na sigla.

De 2015 a 2018, Marta estava filiada ao MDB. Depois, ela foi para o Solidariedade, onde ficou até 2020. Posteriormente sem partido, a ex-parlamentar passou a integrar a administração de Bruno Covas (PSDB)/Ricardo Nunes (MDB) na prefeitura de São Paulo, assumindo o cargo de secretária de Relações Internacionais, que foi deixado após o anúncio que se candidataria com Guilherme Boulos nas eleições municipais deste ano.

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