Nesta quinta-feira (1°), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a cerimônia de posse do ministro Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça e da Segurança Pública, enfatizou a não participação da Polícia Federal em perseguições políticas, abordando temas sensíveis que envolvem a atuação do órgão.
Lewandowski, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, assume a pasta em substituição a Flávio Dino, escolhido por Lula para ocupar deixado por Rosa Weber após a aposentadoria da ex-ministra.
Nesta semana, a Polícia Federal realizou buscas e apreensões em uma operação voltada para investigar casos de espionagem ilegal na Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Um dos alvos das diligências foi o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
A investigação aponta para a existência de uma Abin paralela dentro da agência durante o governo Bolsonaro, com o objetivo de monitorar desafetos da família presidencial e políticos, além de pegar informações importantes para os familiares.
Diante das críticas de aliados do ex-presidente, que alegaram perseguição política, Lula reiterou a independência da Polícia Federal e a não interferência do governo federal nas questões de segurança nos estados.
“Ninguém persegue ninguém. A Polícia Federal não persegue ninguém. O governo federal não quer se meter, se intrometer a fazer a política de segurança nos estados", declarou o presidente.
Lula também abordou a questão do crime organizado no país, descrevendo-o como uma "indústria multinacional" que possui conexões na política, no futebol e no poder Judiciário.
Ele destacou a importância de uma abordagem coordenada entre os estados e parcerias internacionais para combater essa forma de criminalidade, ressaltando que a população mais vulnerável é a mais afetada por suas atividades.