Ramagem pegou informações sigilosas sobre ações eleitorais, diz PF

Polícia Federal apontou que os dados podem ter sido entregues para "núcleo político"

Foto: Divulgação: PF
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ)


A Polícia Federal, em comunicação ao Supremo Tribunal Federal, trouxe à tona informações importantes nesta segunda-feira (29) sobre uma operação de busca e apreensão relacionada a um esquema de espionagem ilegal durante o governo de Jair Bolsonaro.

De acordo com a PF, o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, teria imprimido documentos sigilosos sobre inquéritos policiais do Rio de Janeiro. A informação foi revelada pelo Portal G1.

Esses documentos, segundo a PF, foram possivelmente destinados ao "núcleo político" envolvido no referido esquema, conforme consta na decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a operação de busca e apreensão em endereços de suspeitos ligados ao caso. Entre os alvos, destaca-se o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente.

A PF sustenta que a lista impressa por Ramagem continha números de inquéritos, nomes de investigados, cargos políticos e partidos políticos, elementos fundamentais para entender a complexidade e a extensão das atividades ilegais.

O ministro Moraes enfatizou que as provas indicam de forma significativa a existência de uma organização criminosa infiltrada na Abin.


Essa organização criminosa teria utilizado métodos ilegais para realizar ações clandestinas contra opositores ideológicos, revelando uma trama que vai além de meras irregularidades.

As informações divulgadas pela PF revelam uma série de atividades obscuras que desafiam os princípios democráticos e o Estado de Direito.