Autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, uma operação da Polícia Federal desvendou uma suposta "Abin paralela", resultando em diligências em locais vinculados ao vereador carioca Carlos Bolsonaro e ao ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem.
As investigações revelaram o uso do software de espionagem First Mile, acessado mais de 60 mil vezes, obtendo informações de localização de dispositivos móveis em cerca de 21 mil ocasiões.
Durante as eleições de 2022, houve um aumento suspeito de acessos, com mais de 30 mil consultas registradas. A PF suspeita que o programa tenha sido empregado de forma irregular para monitorar autoridades e opositores do ex-presidente Bolsonaro, incluindo ministros do STF, políticos e uma promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Segundo as investigações conduzidas por Moraes, o objetivo desse monitoramento era favorecer membros da família Bolsonaro em investigações nas quais estavam envolvidos.
O First Mile permitia o monitoramento de até 10 mil celulares por ano e identificava a localização aproximada dos dispositivos, além de gerar alertas sobre a movimentação dos alvos.
A empresa responsável pelo software, Cognyte, tem estado inacessível desde março de 2023, e há poucas informações adicionais sobre o funcionamento do programa. Essa revelação lança luz sobre práticas de espionagem e a possível utilização indevida de recursos de inteligência para fins políticos.
A operação da PF busca investigar e coibir atividades ilegais que violam a privacidade e a segurança de autoridades e cidadãos.