No desdobramento do caso que chocou o Brasil em março de 2018, Ronnie Lessa, ex-sargento da Polícia Militar, está agora no centro de uma reviravolta significativa. Ele é acusado do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Recentemente, uma delação premiada de Lessa, apontando um possível mandante para o crime, foi enviada ao Superior Tribunal de Justiça.
Sua filha, Mohana Lessa, tornou público seu posicionamento. Em uma nota divulgada pelo ICL Notícias, ela expressou sua decisão de romper relações com o pai, caso se confirme sua participação no crime. Mohana destaca a "atrocidade" do ato e enfatiza que, se a culpa for confirmada, não poderá mais manter qualquer relação com Ronnie Lessa.
A filha também revela sua esperança de que as acusações sejam infundadas e narra os sacrifícios pessoais que fez nos últimos quase cinco anos para defender a inocência do pai. Ela abandonou uma carreira internacional, enfrentou ganho de peso, problemas psicológicos e de saúde devido ao estresse e ao isolamento social.
Há cerca de seis meses, Mohana não tem contato direto com o pai. Agora, ela e a família buscam estabelecer contato com Ronnie Lessa na Penitenciária Federal de Campo Grande, mas isso dependerá da aprovação das autoridades.
Enquanto isso, o advogado Bruno Castro, que representa Ronnie Lessa, afirma que deixará o caso se houver confirmação da delação premiada. Lessa, que anteriormente indicou que sabia quem executou os assassinatos, nunca considerou colaborar com as autoridades.
Castro suspeita que Lessa pode ter fechado um acordo sem o conhecimento da defesa, semelhante ao caso do ex-policial militar Élcio de Queiroz.