A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, afirmou nesta terça-feira (19) que as redes sociais, atualmente, estão "acima da lei", e que é preciso falar não apenas de regularização, mas também sobre a monetização. "Hoje não importa se é do bem ou do mal, eles ganhando dinheiro, tudo bem", disse.
A fala ocorreu na transmissão online semanal do presidente Lula (PT), que estava ao seu lado, uma semana após Janja ter seu perfil no X (antigo Twitter) invadido. Os invasores deixaram mensagens ofensivas contra ela e outras autoridades, como o próprio presidente da República e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Janja relatou que o processo para a suspensão de sua conta ocorreu de forma demorada, cerca de uma hora e meia depois da invasão. Nesse ínterim, as publicações constantes e respostas dos invasores a outros usuários já tomavam as redes.
"Por uma hora e meia, o senhor Elon Musk ficou muito mais milionário com aquele ataque", afirmou a primeira-dama. "Eu não sei nem onde processá-los", disse. "Se eu processo no Brasil, se eu processo nos Estados Unidos, porque processá-los eu vou, de alguma forma".
A violência contra meninas, também nas redes sociais, é absurda e criminosa. A distorção de imagens, os ataques contra elas não podem ser tolerados, porque tem meninas se machucando e tirando a própria vida por conta desses ataques na internet. Temos que ter uma regulação séria.
— Lula (@LulaOficial) December 19, 2023
Lula falou sobre um dos invasores, revelado pela Polícia Federal após ter assumido a autoria do crime. "Um dos moleques que hackearam ela e ficaram uma hora e meia brincando com as informações dela é um moleque de 17 anos", disse. "Certamente está dentro de casa sentado, o pai e mãe acham que é um santinho. 'Nossa, como meu filho é bonzinho, é educado, não sai da frente do computador' – mas não sabe o que o filho está fazendo".
O presidente afirmou que a escalada de violência contra meninas e mulheres pede uma regulação das redes. "É criminoso, não dá para não tratar isso como uma coisa criminosa", argumentou. "Tem menina se cortando, gente se matando, se violentando… então, vamos ter que fazer uma regulação séria, não só para um país, para o mundo".
Lula também defendeu que a regulação no Brasil terá que se inspirar em regulamentações já vigentes ao redor do mundo, como na União Europeia, e acompanhar os debates que vêm ocorrendo com mais intensidade na China e Estados Unidos.