PF identifica suspeitos de invadir X de Janja; um deles tem 17 anos

Conta oficial da primeira-dama foi invadida na noite da última segunda-feira (11) e teve mensagens ofensivas publicadas na página

Foto: Claudio Kbene/PR - 14/11/2023
Perfil da primeira-dama Janja Lula da Silva foi invadido por hacker nesta semana

Nesta quinta-feira (14), a Polícia Federal cumpriu novos mandados de busca e apreensão contra um suspeito de invadir o perfil da rede social X (antigo Twitter) da primeira-dama Janja Lula da Silva na noite da última segunda (11).

De acordo com informações obtidas pelo Portal iG junto à Polícia Federal, os dois dois novos mandatos de busca e apreensão de hoje foram cumpridos contra um adolescente de 17 aos que morava em Sobradinho (DF). Outro local alvo das operações foi em Santa Maria (DF). 

O adolescente foi levado para a sede da Polícia Federal de Brasília, onde prestará depoimento na presença de um responsável legal e advogado. As investigações já apontam que além da invasão ao perfil no X, também houve a quebra de senha do e-mail da primeira-dama. 

Na terça-feira (12), quando os primeiros quatro mandados, também de busca e apreensão, foram cumpridos, os agentes atuaram nas cidades de Belo Horizonte (BH) e Ribeirão das Neves (MG), onde um homem de 25 anos foi encontrado e levado para prestar depoimento na sede da PF, na capital mineira. 

A partir das informações dadas por ele, foi possível chegar ao menor de idade. As investigações apontam que eles atuaram juntos, mas ainda não se sabe qual a origem do vínculo entre os dois. 

Entenda o caso

A Operação X1 foi deflagrada pela PF na terça (12) e nesta manhã para investigar crimes praticados na internet, com foco no  uso indevido do perfil de Janja. A ação também tem o objetivo de apurar  crimes de ódio relacionados, como postagens de caráter ofensivo contra autoridades públicas federais.

Conforme a PF, os agentes cumpriram, no total, seis mandados de busca e apreensão, sendo dois no Distrito Federal e quatro em Minas Gerais. As ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com as investigações, os suspeitos de envolvimento nos crimes também tinham perfis e publicações feitas na  plataforma Discord, em que participavam de grupos que trocavam mensagens de caráter misógino e extremista.

Os possíveis envolvidos são investigados pelos crimes de difamação e invasão de dispositivo informático.

No início da semana, a  conta de Janja foi invadida por hackers, que fizeram postagens com palavras de baixo calão direcionadas a ela, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro do STF Alexandre de Moraes. O ocorrido se deu por volta das 21h40 de segunda.

Entre as publicações feitas, destacaram-se frases como "Super Xandão Presidente do Brasil em 2026", referindo-se a Moraes, e "Eu apoio o mensalão", fazendo alusão ao escândalo ocorrido no primeiro mandato de Lula.

A primeira-dama se manifestou sobre a invasão no dia seguinte, dizendo que os ataques chegaram a "outro patamar" e que "a realidade é que a internet é um espaço potente para o bem e para o mal".

"Eu já estou acostumada com ataques na internet, por mais triste que seja se acostumar com algo tão absurdo. Mas a realidade é que a internet é um espaço potente para o bem e para o mal. E é comprovado que nós, mulheres, somos as que mais sofrem com os ataques de ódio aqui nas redes. O que eu sofri ontem é o que muitas mulheres sofrem diariamente", disse a primeira-dama em publicação no Instagram .