O Rio de Janeiro enfrenta um novo desafio com a emergência de grupos autointitulados "justiceiros", que, segundo o secretário de Segurança do estado, Victor Santos, também são criminosos.
Nesta quarta-feira (6), em entrevista à GloboNews, Santos fez uma comparação direta desses grupos com milícias e organizações de extermínio, ressaltando a ilegalidade de suas ações.
“Justiceiro é o berço da milícia. É exatamente isso, um grupo que se acha acima do bem e do mal, que se acha no direito de fazer justiça com as próprias mãos. E antes da milícia, nós tínhamos os grupos de extermínio. Praticam crimes com o objetivo de evitar crimes. Na verdade, são todos eles criminosos. O justiceiro é criminoso”, declarou.
Diante dessa situação, o secretário anunciou uma reunião com os secretários de Polícia Civil e Militar para discutir e estabelecer novas diretrizes no enfrentamento desse fenômeno.
No entanto, ainda não foi confirmado se haverá um aumento de efetivo policial no bairro de Copacabana, onde esses grupos têm se manifestado.
Santos destacou que o monitoramento dos grupos na região está sendo realizado de forma "ativa e reativa".
Embora não tenha entrado em detalhes sobre as ações específicas que serão tomadas, o secretário prometeu a instalação de mais câmeras de vigilância na cidade como parte do esforço para conter esses grupos.
“Por isso a gente fica tocando nessa tecla. A maioria das câmeras que a gente assistiu são de câmeras de segurança ou de pessoas que estão filmando e fazendo sua gravação. Isso dá uma celeridade muito maior”, declarou.
Uma abordagem que foi descartada pelo secretário é a realização de paradas e verificações em ônibus vindos de outras regiões. Essa prática, adotada desde 2015, visa conter a atuação de grupos de "justiceiros" em Copacabana naquele ano.
O secretário indicou que outras estratégias serão empregadas para lidar com a atual situação, buscando garantir a segurança e a legalidade nas ações de combate a esses grupos que se autodenominam "justiceiros".
“A praia é um lazer democrático. Achar que temos que fazer uma ação de repressão, sem nenhuma técnica, nenhum dado, pode parecer preconceituoso. Segurança Pública é para todos”, concluiu.