O presidente da Guiana, Irfaan Ali, informou que irá acionar o Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (6), após a Venezuela anunciar um novo mapa incluindo território de Essequibo , local que não pertence aos venezuelanos.
No domingo (3), os venezuelanos realizaram uma votação para aprovar o referendo que transforma o território de Essequibo em um estado da Venezuela . Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, 95,93% aceitaram a anexação.
Ali afirmou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro , age com "desrespeito flagrante". "A Força de Defesa da Guiana está em alerta máximo. A Venezuela declarou-se claramente uma nação fora da lei", disse o presidente da Guiana.
Ainda, o mandatário da Guiana afirmou ainda que conversou com o secretário-geral da ONU, António Guterres e garantiu que investidores do país, principalmente na área do petróleo, não precisam ficar preocupados.
“Nossa mensagem é muito clara: seus investimentos estão seguros”, disse ele. “Os nossos parceiros internacionais e a comunidade internacional estão prontos e nos garantiram apoio", afirmou Ali.
Calcula-se que a Guiana tenha reservas de 11 bilhões de barris de petróleo, sendo a maior parte na região de Essequibo.
Motivo da disputa
O conflito por conta da região de Essequibo remete ao século 19, durante o processo de criação da Guiana. Foi em 2015, porém, que a situação voltou a ser pauta quando a empresa petrolífera estadunidense ExxonMobil passou a explorar a região. A área é rica em petróleo depois da companhia encontrar diversas reservas.
Desde então, a Guiana despontou na exploração de jazidas de petróleo, mudando a economia local. Somente no ano passado, a economia do país cresceu 62%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), representando a maior taxa do mundo.
A Venezuela acusa a ExxonMobil não apenas de explorar um território em disputa, mas também de ser usada pelos Estados Unidos para incentivar um conflito local.