No último embate nas redes sociais, Carla Zambelli e Janaina Paschoal protagonizaram uma discussão relacionada à morte de Cleriston Pereira da Cunha, detento que faleceu no Complexo Penitenciário da Papuda no dia 8 de janeiro.
O confronto teve início quando Zambelli levantou a questão de um suposto pedido de soltura para Cleriston em setembro, alegando falta de apreciação.
A deputada federal utilizou suas redes sociais para destacar a falta de resposta ao pedido de soltura e encaminhou ao Supremo Tribunal Federal uma solicitação para análise das manifestações da Procuradoria-Geral da República sobre o caso.
Janaina Paschoal concordou com o questionamento jurídico de Zambelli, mas foi além. Em sua resposta, sugeriu que Zambelli e outros líderes políticos pedissem desculpas às famílias dos presos, insinuando que bolsonaristas iludiram essas pessoas ao longo dos anos.
A reação de Zambelli não foi amena. A deputada questionou se Janaina Paschoal teria enlouquecido, acusando-a de agir com hipocrisia diante da situação.
“Janaina, há meses você vem de Raquel pra cima de mim e tenho ignorado. Mas dessa vez estamos falando de um morto político. Quer eu carregue essa culpa? Você enlouqueceu mais ainda?”, indagou a deputada.
“Quanta hipocrisia de sua parte. Você, mais do que ninguém sabe, que todas as manifestações que eu organizei desde 2011 (inclusive aquelas para lhe apoiar no impeachment de Dilma), foram 100% pacíficas. Nunca quebramos 1 vidraça. No dia 08/01 eu estava sem redes sociais e fisicamente em Fortaleza”, acrescentou.
“Porque não aproveita seu conhecimento jurídico e faz algo de bom para o país ao invés de impor seu espírito de perdedora em outras pessoas. Seu grande problema comigo é que você teve metade dos votos pra senadora do que eu tive para deputada, direcione sua frustração para coisas boas e interrompa de vez este veneno que vive escorrendo da sua boca”, concluiu.
Janaína então rebateu: “Carla, por mais que haja erros jurídicos, penais e processuais, e eu venho apontando esses erros, você sabe que, até pela legitimidade da sua votação, você poderia ter pedido para aquelas pessoas irem para suas casas. Você já sabia que nada poderia ocorrer em 72 horas e se calou. Deixou as pessoas tomarem chuva e raios. Preferiu o silêncio e até o estímulo indireto. Jamais atribuí culpa penal a você, a Bolsonaro ou aos demais líderes bolsonaristas. Mas o dever moral de alertar aquelas pessoas, que confiavam cegamente em vocês, vocês tinham. Eu, mesmo com a pequena votação, feita sem recursos e sem nenhum segundo de TV, usei todos os meus canais e veículos, para alertar as pessoas sobre a verdade. Eu perdi por ter me negado a iludir, a instrumentalizar... No fundo, você sabe”.
A morte de Cleriston Pereira da Cunha, no entanto, trouxe à tona divergências nas versões dos eventos. A Defensoria Pública do Distrito Federal relatou que o detento aguardou cerca de 40 minutos para receber atendimento médico após passar mal durante o banho de sol. Essa versão diverge do relato dos policiais penais, que afirmaram ter prestado atendimento no dia do falecimento.