O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu nesta sexta-feira (27) sua culpa pela reprovação do nome de Igor Roque para comandar a Defensoria Pública da União (DPU) no Senado. A nomeação de Igor Roque foi reprovada com 38 votos contrários, 35 votos favoráveis e uma abstenção.
Lula atribuiu a rejeição ao fato de estar em recuperação das cirurgias que fez em setembro, o que o impediu de articular a aprovação do nome.
"O fato de eles não terem aprovado o Igor para a Defensoria Pública, possivelmente eu tenha culpa. Porque eu estava hospitalizado, não pude conversar com ninguém a respeito dele. Não pude sequer avaliar se ele fosse ser votado ou não. Lamento profundamente. Não sei com quantos senadores ele conversou. Não sei se ele conversou com os líderes do governo", opinou.
"Mas eu estou dizendo para vocês que possivelmente eu tenha culpa, de ter sido internado dia 29, e não ter falado com nenhum senador a respeito dele. E quando a gente indica alguém, a gente avalia muito o momento da votação, para saber se vai aprovar ou não. E tinha 74 votos no quórum. O nosso pessoal achou que ia ser tranquilo e não foi tranquilo. Paciência. Eu vou ter que indicar um outro", acrescentou.
“Eu vou ter que ter mais cuidado de conversar com quem vota, que não sou eu, é senador da República”, concluiu.
A derrota no Senado foi vista por alguns parlamentares como um "recado" da oposição, insatisfeita com decisões do governo, como o veto ao marco temporal.
Senadores da oposição relacionaram Igor Roque a um evento sobre saúde da mulher no qual se discutiu o aborto, o que levou bolsonaristas a fazerem campanha contra sua indicação.