Hamas comete 'terrorismo' e reação de Israel é 'insana', diz Lula

Em primeira aparição após cirurgia, durante cerimônia de 20 anos do programa Bolsa Família, presidente classificou pela primeira vez Hamas com "terrorismo"

Foto: Fábio Pozzebom /Agência Brasil - 22.09.2023
Presidente Lula durante reunião com Li Xi, membro do Comitê Permanente do Politburo e Secretário da Comissão Central de Inspeção Disciplinar do Comitê do Partido Comunista da China, no Palácio do Planalto

O presidente  Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, nesta sexta-feira (20), sobre o conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas, fazendo um apelo às crianças atingidas por guerras. Ele afirmou que o Hamas cometeu “terrorismo”, e que Israel reagiu de "forma insana" ao matar crianças na  Faixa de Gaza.

Lula deu a declaração na primeira fala pública desde que fez cirurgias no quadril e nas pálpebras, em setembro. Por videoconferência, o presidente da República participou da cerimônia de comemoração dos  20 anos do programa Bolsa Família.

"Em nome das crianças vivas do nosso país, graças aos programas de inclusão social, eu queria prestar solidariedade às crianças que já morreram na guerra da Rússia e da Ucrânia e que estão morrendo agora nessa luta insana entre o Hamas e o Estado de Israel", disse.

O petista tem adotado uma postura em defesa da paz, evitando se posicionar no conflito em favor de um dos lados – essa é a primeira vez que utiliza a palavra "terrorismo" para classificar especificamente o Hamas. Anteriormente, o presidente chegou a falar de "atos terroristas" na guerra.

"Hoje, quando o programa Bolsa Família completa 20 anos, fico lembrando que 1.500 crianças já morreram na Faixa de Gaza. Que não pediram para o Hamas fazer o ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel. Mas também não pediram para que Israel reagisse de forma insana e matassem eles [as crianças], exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra, que só querem viver, que querem brincar, que não tiveram direito de ser criança", afirmou.

Lula ainda manifestou solidariedade às crianças impactadas pela guerra da  Ucrânia e da Rússia. "Não é possível tanta irracionalidade, não é possível tanta insanidade, que as pessoas façam uma guerra tendo em conta de que as pessoas que estão morrendo são mulheres, pessoas idosas, crianças", lamentou.