CPMI: oposição diz que indiciamento de Bolsonaro é um 'absurdo'

Parlamentares bolsonaristas ainda se retiraram da sessão durante a leitura do relatório final

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Durante a leitura do relatório final dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro , parlamentares da oposição se retiraram da sessão. Somente os deputados Delegado Ramagem (PL-RJ), Marcos Feliciano (PL-SP) e o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) permaneceram. Ainda, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestaram sobre o pedido de indiciamento da CPMI contra o ex-chefe do Executivo.

O documento da CPMI alega que Jair Bolsonaro cometeu associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

O texto diz que ex-presidente foi "autor, seja intelectual, seja moral, dos ataques perpetrados contra as instituições", que resultou nas invasões e depredações das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro deste ano.

Os senadores Damares Alves (PL-DF) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS) definiram o indiciamento como absurdos.

"Tem pedidos sobre indiciamentos de pessoas com de Bolsonaro, Braga Netto, Heleno e Mauro Cid, entre outros, sem nenhuma prova de responsabilidade sobre os atos de 8 de janeiro. Não tem imagens deles invadindo e quebrando os prédios públicos. Não tem testemunhas ou algum exame de DNA comprovando que eles estavam lá. Absurdo o pedido de indiciamento", disse Damares.

"Considero um absurdo e que mostra claramente o viés político do documento, cuja única finalidade é criminalizar, sem provas, integrantes do nosso governo", opinou o ex-vice-presidente Mourão.

O relatório afirmou ainda que Bolsonaro tem “responsabilidade direta, como mentor moral, por grande parte dos ataques perpetrados a todas as figuras republicanas que impusessem qualquer tipo de empecilho à sua empreitada golpista”.

A lista de indiciamentos conta com 61 pessoas . Entre elas, estão o tenetne-coronel Mauro Cid, o ex-diretor da Polícia Federal Rodoviária (PRF) Silvinei Vasques, os ex-ministos Anderson Torres (Justiça), Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), general Augusto Heleno (GSI) e a deputada federal, Carla Zambelli.

Ao final da leitura do relatório, realizada pela relatora da comissão, Eliziane Gama (PSD-MA), a oposição poderá apresentar um relatório alternativo em no máximo uma hora. A tendência é que, com os textos lidos, haja pedido de vista e a votação para aprovação do documento fique para a sessão de quarta-feira (18).