Vieira diz que 'jamais compactuou' com 8/1 e fica em silêncio na CPMI

Ex-comandante da PMDF se referiu aos responsáveis pelos ataques em Brasília como 'terroristas', em depoimento nesta terça (29)

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado - 29.08.2023
Ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Fábio Augusto Vieira falando na CPMI dos Atos Golpistas

Nesta terça-feira (29), o coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF),  disse ter ficado "consternado" com os  ataques aos prédios dos Três Poderes, registrados em 8 de janeiro, em Brasília,  e que "jamais compactuou" com os atos. 

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os eventos golpistas, ele se referiu aos vândalos que depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) como "terroristas".

"Fiquei consternado ao ver vândalos, verdadeiros terroristas, depredando prédios públicos e patrimônio histórico, e atacando instituições de nosso país, que sempre protegi com muita dedicação. Jamais compactuei, assenti, participei ou permiti que atacassem nosso Estado Democrático de Direito", afirmou o militar.

Depois, Vieira disse que iria recorrer ao silêncio durante a oitiva e se recusou a responder às perguntas dos parlamentares. Quando questionado na comissão, ele dizia que "permaneceria em silêncio".

Para justificar a decisão de permanecer em silêncio durante a CPMI, o coronel afirmou que não teve acesso às investigações na íntegra. 

"Considerando que tais fatos são investigados na Procuradoria Geral da República e no Supremo Tribunal Federal, que os fatos investigados nesta CPI compõem a denúncia apresentada com prazo em curso para a minha defesa, e que não foi franqueada à minha defesa a íntegra dos documentos utilizados pela acusação na formulação da denúncia, e por orientação da minha defesa, vou permanecer em silêncio", acrescentou Vieira.

O ex-comandante-geral da PMDF  foi exonerado do cargo no dia seguinte aos ataques e, em 10 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretou sua prisão preventiva. Após analisar o relatório da defesa, que alegava que o coronel não teve envolvimento na omissão dos atos, Moraes determinou a soltura dele.

Ele, porém, foi preso em 18 de agosto, após ser alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal, na Operação Incúria, que investiga omissão de autoridades na contenção dos ataques.