A ida do deputado André Fufuca (Progressistas-MA) para compor um ministério do Palácio do Planalto provocou uma disputa interna no Progressistas para o cargo na liderança do partido na Câmara dos Deputados. A disputa travada visa a manutenção da oposição do governo Lula e as eleições de 2024.
Ciro Nogueira, presidente do partido, quer emplacar Doutor Luizinho (RJ) como novo líder. Para isso, Luizinho teria que deixar o cargo de secretário da Saúde no Rio de Janeiro e retomar o posto de deputado federal.
O nome de Luizinho tem a chancela do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e da ala alinhada ao bolsonarismo na Casa. Enquanto Lira tenta dar protagonismo ao secretário de Saúde do Rio, bolsonaristas acreditam que Luizinho pode dar maior autonomia ao partido em votações de pautas de interesse de Lula.
Já a base de Lula quer Mario Negromonte Junior (BA) no comando da legenda. Negromonte é próximo de petistas históricos e é visto como uma voz que pode ajudar o governo a ter maioria na bancada.
Disputa passa por eleições
A disputa pelo cargo na liderança passa pelas eleições de 2024. Enquanto Negromonte Junior tenta consolidar seu poder após ser eleito presidente da legenda na Bahia, Luizinho tenta ganhar protagonismo para a disputa da Prefeitura do Rio.
O secretário é um potencial candidato e deve enfrentar Eduardo Paes (PSD), aliado de Lula na cidade. A ida para a liderança o colocaria com articulação com outros partidos para a formação de chapa na disputa eleitoral.
Não é a primeira vez que o Progressistas tenta emplacar Luizinho no cenário nacional. O secretário foi alçado como ministro da Saúde em duas oportunidades, uma no governo Bolsonaro, outra na gestão Lula. No último caso, o petista preferiu manter Nizia Trindade, que tem proteção da cúpula do Planalto.
Trocas ministeriais
O Progressistas está incomodado com a demora para a troca ministerial proposta por Lula. O petista chegou a oferecer a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa para Fufuca, que negou e disse querer a pasta do Desenvolvimento Social.
Além do ministério, o partido deve emplacar a presidência da Caixa Econômica Federal. A ex-deputada Margareth Coelho é o principal nome para o cargo.