O ex-ministro da Justiça Anderson Torres deve prestar depoimento nesta quinta-feira (10) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de janeiro na Câmara Legislativa do Distrito Federal para explicar as ações da Secretaria de Segurança Pública nos atos antidemocráticos. A oitiva está marcada para às 10h.
Torres deve seguir a mesma linha do depoimento à CPMI do 8 de janeiro no Congresso Nacional, em que negou a omissão da gestão durante os ataques em Brasília. Ele ainda repudiou os atos antidemocráticos e disse que irá colaborar com as investigações.
O ex-ministro ainda tentará descolar sua imagem do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, preso na quarta-feira (9) por suspeita de ter atuado para prejudicar o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022. Anderson Torres deve afirmar que não teve participação em blitzes feitas pelo PRF no Nordeste.
Os deputados pretendem questionar Torres sobre a operação da PF de ontem e apontar que aliados do próprio ex-ministro teriam o colocado na rota das investigações. Há expectativa de que Anderson Torres permaneça em silêncio sobre esses questionamentos.
O aliado de Jair Bolsonaro (PL) também deverá ser indagado sobre uma planilha em que mostra as cidades da região Nordeste em que Lula obteve 70% dos votos. O documento foi encontrado no celular da ex-diretora de inteligência da PF, Marília Alencar, que acusou Torres de ter encomendado os dados.
Na terça-feira (8), Anderson Torres prestou depoimento aos deputados e senadores no Congresso Nacional, admitiu falhas na segurança, mas negou ter se omitido ao caso. Ele ainda negou que houvesse qualquer tentativa de invasão até o dia 6 de janeiro, quando partiu para os Estados Unidos em férias com a família.
Ele ainda chamou a minuta do golpe encontrada em sua casa de “fantasiosa” e disse nunca ter questionado o resultado das eleições.