Na decisão que autorizou a prisão de Silvinei Vasques nesta quarta-feira (9) , o ministro Alexandre de Moraes apontou que o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) utilizou irregularmente a máquina pública com o intuito de interferir nas eleições do ano passado.
"As condutas imputadas a Silvinei Vasques são gravíssimas e as provas apresentadas, bem como as novas diligências indicadas pela Polícia Federal como imprescindíveis para a completa apuração das condutas ilícitas investigadas, comprovam a necessidade da custódia preventiva para a conveniência da instrução criminal", escreveu o ministro do Supremo Tribunal Federal.
Ele também concordou com a PF no ponto onde a corporação indica que a manutenção da liberdade de Silvinei poderia interferir nas investigações acerca da possibilidade de interferência da PRF no pleito eleitoral de 2022, principalmente no que diz respeito ao depoimento de dois servidores.
Os profissionais citados são Naralúcia Leite Dias, ex-chefe do Serviço de Análise de Inteligência da PRF, e Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de Análise de Inteligência da corporação.
Alexandre de Moraes aponta ainda que há fortes indícios de que Vasques cometeu crimes como prevaricação, restrição ou impredimento do exercício do direito político e abuso de autoridade.
Blitz e interferência nas eleições
A Polícia Federal encontrou provas de que as blitz no segundo turno das eleições foram intencionalmente direcionadas para prejudicar a votação de Lula.
Os investigadores encontraram imagens com o mapeamento das cidades da região Nordeste onde Lula teve mais de 75% dos votos no primeiro turno em celulares de policiais rodoviários.
Também foram descobertas conversas sobre uma reunião da cúpula da Polícia Rodoviária em que Silvinei teria determinado a realização de um “policiamento direcionado” às cidades em que Lula obteve mais votos.