O deputado Ricardo Salles (PL-SP), relator da CPI do MST, tomou a decisão de não solicitar a prorrogação dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito. O prazo de funcionamento da CPI, que se encerra em 14 de setembro, possui a possibilidade de ser estendido por mais 60 dias, porém, o relator optou por não pedir essa extensão.
A decisão de Salles ocorre em meio a uma série de acontecimentos e movimentações na CPI do MST. Recentemente, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anulou a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que havia sido aprovada pelos integrantes da comissão.
Além disso, o partido Republicanos promoveu alterações na composição da CPI, retirando deputados que possuíam um perfil opositor ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essas mudanças geraram interpretações diversas, com alguns analistas apontando para possíveis manobras que poderiam enfraquecer a comissão.
“Diante dessas manobras regimentais e a clara arregimentação de partidos que estão negociando espaços no governo, claramente não é mais o caso de prorrogar a CPI. Não podemos querer prorrogar algo cujas pernas foram amputadas”, falou Salles.
O próprio relator expressou sua decisão de não solicitar a prorrogação dos trabalhos da CPI do MST. Enquanto isso, o presidente da comissão, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), e o próprio relator criticaram o que chamara de “pressão vinda do Palácio do Planalto” e as trocas realizadas na composição do colegiado.
“Isso levará à alteração na correlação de forças, praticamente inviabilizando qualquer tipo de investigação que contrarie os interesses de quem hoje ocupa o poder. O pneu está sendo trocado com o carro em movimento, as regras do jogo mudando na metade do campeonato”