Governo Lula aciona Centrão e esvazia CPI do MST

Partidos fizeram mudanças na comissão

Foto: Reprodução
Lula ao lado de Arthur Lira


O governo Lula acionou o Centrão para obter maioria na CPI do MST na Câmara dos Deputados. Preocupado com possíveis danos ao grupo do presidente da República, o Palácio do Planalto atuou nos bastidores e convenceu o Republicanos, PP e União Brasil a realizarem alterações na comissão.

A primeira ação partiu do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que anulou a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA). Essa anulação ocorreu nesta semana e foi publicada no Diário Oficial da União.

O Republicanos também tomou medidas e promoveu mudanças na comissão. O partido retirou o deputado Messias Donato (ES) da titularidade para conceder mais influência à base governista.

Nesta quarta-feira (9), Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara, optou por substituir os parlamentares Alfredo Gaspar (AL) e Nicoletti (RR) da CPI, colocando Alfredo Gaspar (AL) e Nicoletti (RR) no lugar. Agora, o Palácio do Planalto possui metade dos membros da comissão e tem a possibilidade de aumentar a bancada.

Essas movimentações não ocorrem por acaso. A oposição acusa Lula de tentar esvaziar a CPI do MST por receio de prejudicar o governo. "Querem que a comissão termine em pizza", afirmou um interlocutor de um deputado do União Brasil à coluna.

Por outro lado, um assessor de um parlamentar do Republicanos destacou que há uma movimentação política natural. "A política sempre funcionou assim e não vai mudar. O governo trabalhou para estabelecer a narrativa da CPI e agora terá sucesso", apontou.


Lula e o Centrão

As mudanças promovidas pelo Republicanos, PP e União Brasil não são coincidência. O UB conseguiu substituir Daniela Carneiro do Ministério do Turismo e nomeou Celso Sabino para o cargo.

O PP e o Republicanos serão representados por André Fufuca e Silvio Costa Filho, respectivamente, como revelou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP). Os partidos estão negociando com o governo para determinar em quais pastas os deputados irão atuar.

Com essas negociações, Lula espera contar com cerca de 350 deputados ao seu lado para aprovar pautas de interesse do governo federal.